Professores temporários de creches e 18 vice-diretores são exonerados em Assis
Professores declaram que os maiores prejudicados são as crianças, além deles mesmos, que perdem o emprego
Nesta quinta-feira, 13, antevéspera do Dia dos Professores, 15 de outubro, em torno de 50 professores temporários de creches e berçários do Município, que são os Professores de Desenvolvimento Infantil (PDI), e 18 vice-diretores foram comunicados do desligamento de seus cargos.
Os vice-diretores, que ocupam cargos de confiança, voltam para as funções de lecionar em salas de aula, enquanto os professores que prestaram processos seletivos e ocupavam essas salas perdem os cargos.
O corte foi avisado aos gestores escolares através de um comunicado da secretária Municipal do Município, Maria Amélia Artigas dos Santos.
Já na manhã desta sexta-feira, no intuito de discutir o assunto e tentar reverter a medida, membros do Conselho Municipal da Educação de Assis e do Conselho do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB), professores e pais se reuniram na sala de reuniões do Núcleo de Educação Continuada. A secretária da Educação foi chamada para participar da reunião, mas não compareceu.
"Segundo o comunicado da secretária, a medida é para a manutenção das contas públicas, bem como enxugar as despesas da folha de pagamento dos funcionários, e está disposto na Lei Complementar de Responsabilidade Fiscal n° 101 de 4 de maio de 2000. Com isso visam conter as despesas das contas públicas, do controle orçamentário", explica após a leitura do documento, José Hélio da Silva, presidente do Conselho Municipal da Educação.
Os professores conversaram com a reportagem do AssisCity e declaram que os maiores prejudicados são as crianças, além deles mesmos, que perdem o emprego.
"A secretária alega que ao tirar um professor do berçário está dentro da lei, mas não está, pois a jornada dos professores é de 7 horas, enquanto o atendimento das crianças é de dez horas e meia. Com a dispensa do professor não é possível receber as crianças adequadamente em tempo integral", avalia José Hélio.
A professora Silvia Maria Almeida Mota, presidente do Conselho do FUNDEB, em Assis, ressalta que a medida acarreta um grande prejuízo aos professores e às crianças.
"Questionamos o orçamento, acompanhamos o FUNDEB, não há dívidas; é injusta uma medida de cima para baixo. Qual a justificativa de uma medida arbitrária?", questiona Sílvia.
Nilson Silva, membro da sub-sede do Sindicato Oficial dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (APEOESP), em Assis, que também é membro do Conselho Municipal da Educação do Município, ressalta que medida é arbitrária e não pensou nos professores, na sociedade, nos pais e nas crianças. A assessoria jurídica do Sindicato vai auxiliar no caso.
Os mesmos grupos se reúnem na tarde desta sexta-feira, 14, para discutirem as ações a serem tomadas.
A secretária foi procurada, mas não atendeu a reportagem, pois estava em reunião.