O ano de 2024, foi o mais quente já registrado. O que esperar para o futuro?
Artigo/Opinião
Mal iniciou-se o ano de 2025 e uma preocupante informação foi divulgada pela ONU - Organização das Nações Unidas. Refiro-me aqui o fato o ano de 2024 ter sido o mais quente já registrado desde o início das medições oficiais feitas desde meados do século XIX.
Conforme os dados apresentados pela ONU, no ano de 2024 a temperatura média global foi de 1.55° C em relação ao registrado na chamada era pré-industrial.
Considerando os indicadores dos anos anteriores, sobretudo os dados pós anos 60 do século XX aos dias atuais, fica evidente a tendência de aquecimento planetário.
Sabe-se que as 10 maiores temperaturas registradas foram vivenciadas nos últimos 10 anos.
Ante a este fato, fica impossível de negar que o aquecimento global e as consequentes mudanças climáticas são eventos consolidados e em evolução.
O desflorestamento, o consumo de combustíveis fósseis, a consolidação dos grandes rebanhos, o consumo desenfreado, a exploração dos recursos naturais de forma desenfreada está entre as principais causas deste acontecimento.
Está totalmente equivocado quem pensa que o maior desconforto em razão do calor é a única do aquecimento global.
Além de mais calor, o aumento da temperatura média da Terra resultará em uma nova configuração da dinâmica atmosférica, fazendo com que eventos extremos de todas as ordens tornem-se mais intensos e recorrentes.
Além disso, este cenário de mudanças climáticas abre um próspero campo para alterações de ecossistemas, derretimento de geleiras, aumento do nível do mar, ciclos de extinções e reproduções em massa dentre outros.
Nos campos da economia e da geopolítica destacam-se acontecimentos como: maiores impactos sobre a produção agropecuária, aumento de enfermidades, crescimento das tensões militares pelo controle de recursos naturais cada vez mais escassos dentre outros.
Conforme o acordo do Clima de Paris firmado em 2015, a meta de aquecimento médio do planeta não poderia ser superior a 1.5°C.
Ante a este fato, pergunta-se se há ainda o que se feito? A resposta é um misto entre o sim e o não.
O não é que não há mais espaço para a reversão plena deste processo, mas o sim é que a humanidade pode agir para reduzir a velocidade e intensidade deste aquecimento.
O enfrentamento de tal desafio demanda uma sinergia entre todos os integrantes da sociedade - cidadãos, poder político e poder econômico.
Dentre as ações que urgentemente tem que ser implementadas citam-se: combate ao desflorestamento e intensa recuperação das áreas desconfiguradas, aumento do uso de combustíveis renováveis e redução do uso de energia fóssil, consumo, produção e destinação de rejeitos de forma responsável, planejamento urbano, educação ambiental dentre outros.
Se já sabemos as causas, as consequências e como agir, por qual motivo ainda não fazemos o que tem de ser feito? A resposta é simples. Os interesses econômicos e políticos ainda se sobrepõem aos técnico-científicos.
Trazendo esta temática global para o espaço local, cada vez mais as prefeituras deverão agir rumo à esta pauta de forma preventiva e corretiva, ou seja, preparar as cidades e seus habitantes para viverem em ambientes cada vez mais vulneráveis à intempéries extremas.
Assim finalizo dizendo que nosso tempo de ação está cada vez menor e temo das próximas gerações no condenarem se perguntando: por qual razão não fizeram o que deveria ser feito enquanto ainda dava tempo de se fazer.