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A mística de sábado a noite, na Avenida Rui Barbosa

  • 23/07/12
  • 14:00
  • Atualizado há 652 semanas

É estranho. De um lado duas pistas descem até a famosa catedral. Do outro a fila de carros sobe até o estático 'homem de lata'. E vai. E sobe e desce. Como se a gasolina fosse barata, o álcool de graça, e as pernas incansáveis.

É interessante passar pela Avenida Rui Barbosa no sábado a noite, precisamente depois das 21h30m. É quando os casais terminam de comer o lanche do Toninho, os pais liberam os carangos para os meninos, e o esquenta da balada começa a ferver.

Interessante e impressionante.

Qual é a graça de subir e descer a Avenida, gastando combustível, sapato e tempo, para ver os mesmos rostos, as mesmas coisas, os mesmos lugares? A explicação de qualquer fanático por Rui Barbosa é plausível e considerável. Dizem que ali é a única diversão que Assis proporciona. Diversão? É, diversão!

Assis não está bem em questão de entretenimento, e faz tempo. Não falamos aqui de Festa do milho, shows organizados por empresas (que as vezes nem acontecem, "Uh Papai não chegou"), uma galeria chamada de Shopping, ou movimentos feitos por 'revolucionários'.

A cidade não tem sua diversão, considerável, desde a extinção da FICAR, lembra? Uma vez por ano acontecia a união dos povos de Assis e região, mais ou menos como fazem Ourinhos e Paraguaçu Paulista.

Desde então, ou até um pouco antes disso, a ponte do encontro das tribos se tornou a Avenida Rui Barbosa. Ou metade dela.

A Avenida é referencia de mortes, assaltos, sorrisos e paqueras. Já vi casamentos começarem ali, já vi mortes por corridas de carros que servem para passear, vi até um 'trombadinha' dando uma de ladrão.

É comum as meninas colocarem o salto alto e a mini-saia para passear na Rui Barbosa. Os garotos entortarem a aba do boné para chamar a atenção. E os pais ficarem malucos certa hora da madrugada.

O que deve servir para base de estudos são aqueles casais que encostam a sua moto, seja ela qual for, e ficam sentados, admirando, olhando os carros e pessoas passarem, como se estivessem assistindo um filme no cinema FAC.

Ou então os manos com cara de Playboys que aumentam o volume do rádio do carro, acendem o narguilé (espécie de cachimbo de origem árabe utilizado para fumar), e ficam ali por toda noite.

Nunca vou entender a mística que se passa sábado a noite na Avenida Rui Barbosa. Seja o moleque de 12 anos ou a mulher de 32, adoram andar pra lá e pra cá, olhando os mesmos rostos, lugares e coisas.

Não é divertido, nem diversão, mas é o que temos ontem, hoje, e amanhã para Assis.

kallil Dib

www.kallil.com

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