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Infectologista de Assis explica os impactos da nova variante e de reinfecção da COVID-19

Segundo a médica Débora Baraldo, a variante tem três vezes mais chances de contaminação e pode estar associada ao agravamento da doença

Redação AssisCity

  • 12/03/21
  • 08:00
  • Atualizado há 185 semanas

A nova variante da COVID-19 tem assustado toda a população brasileira e também o mundo, pois ter um vírus mutado pode, além de matar mais pessoas, prejudicar os estudos e desenvolvimento das vacinas.

A médica infectologista Débora Cristina de Oliveira Macedo Baraldo, que atua no Hospital Regional de Assis e Hospital e Maternidade de Assis, explica que todo vírus tem alto poder de mutação, ou seja, de se modificar para poder entrar na célula do corpo humano, tornando assim mais contagioso e agressivo, pois afeta as células de defesa e deixa a resposta imunológica muito mais baixa.

Para agravar ainda mais a situação, a médica revela que na região de Assis já buscam a identificação da cepa ,que está circulando e que há mais chances de re-infecção. "Vemos a luta agora para identificar a variante do Coronavírus, ou nova cepa, mas, independentemente da cepa que circula, o impacto maior está no poder da transmissão e nos altos números de casos que agravam mais rapidamente, pois os anticorpos que protegem as células contra invasores têm uma possibilidade 10 vezes menor de matar esta cepa viral, o que aumenta e muito a chance das re-infecções em um prazo de tempo curto, muitos deles com agravamento do quadro clínico importante necessitando de UTI", destaca a médica.

Divulgação - Infectologista do Hospital Regional fala sobre os impactos da nova variante
Infectologista do Hospital Regional fala sobre os impactos da nova variante

Dra Débora alerta para casos de infecção em pacientes vacinados, porém de forma mais leve.

"Já temos casos de infecção em pacientes vacinados, porém de forma mais leve, pois com a nova cepa pode haver diminuição da eficácia das vacinas, ainda em estudo. Sabemos que toda vacina foi feita para prevenir doença e não para evitar a infecção. Por isso, mesmo para quem já teve ou já foi vacinado, as medidas de prevenção devem continuar, não podemos relaxar achando que estamos totalmente imunes, pois isso é um grande erro", alerta a médica.

A médica ainda fala da superlotação em leitos de UTI SUS na DRS IX - Marília não havendo mais leitos disponíveis e das medidas que devem ser adotadas pelas autoridades, profissionais da saúde, comerciantes e população.

Leitos de UTI e enfermaria

"Nessa terça-feira estávamos com todos os leitos UTI e enfermaria COVID SUS ocupados. Em toda a região a situação é crítica. O Estado está na fase vermelha e ainda assim algumas pessoas estão aglomerando, participando de festas, não respeitando o distanciamento social e uso de máscaras. O número de jovens internados aumentou com evolução do quadro muito rápida e muitas vezes irreversível. A ocupação máxima não está sendo mais somente no SUS, mas também na rede privada. Todos em seu limite máximo", lamenta a infectologista.

Apelo

A médica faz um apelo a todos que estão diariamente vendo e acompanhando todas as tragédias que o mundo vive dia após dia, pois "a doença não escolhe idade, cor, sexo ou classe social e estão em nossas mãos as medidas para conter esta pandemia que está matando milhares de pessoas no mundo. Peço que não ignorem esta doença, que parem de fingir que não existe".

A médica apela a autoridades para que mantenham pessoas sintomáticas e familiares em isolamento domiciliar; aos comerciantes que repensem a maneira que estão trabalhando e tentem diminuir o fluxo de pessoas dentro dos estabelecimentos; e aos profissionais da saúde para que disseminem a informação e métodos de prevenção.

Profissionais da saúde esgotados

Por fim, a médica fala de como estão os profissionais da saúde depois de um ano de pandemia: "todos estão exaustos fisicamente e emocionalmente e precisamos que a população pare, pois se a população não entender que tem que parar, nossos profissionais da saúde vão adoecer e vamos ter pessoas morrendo em casa ou até mesmo dentro das unidades de saúde sem o atendimento adequado".

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