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Entre cadeiras

Artigo/Opinião

Thiago Caron

  • 26/09/24
  • 10:00
  • Atualizado há 9 horas

Em que pese pareça clichê escrever a partir da cadeirada que foi dada pelo candidato a prefeitura de São Paulo Datena, no também candidato, Pablo Marçal, não podemos negar que a inusitada (por assim dizer) situação, repercutiu na imprensa nacional e internacional, em periódicos como New York Times, El País, The Whasington Post etc.

Por mais que não se trate de uma situação exclusivamente brasileira, como já noticiado em outras oportunidades, o que fica latente em tal contexto, não podemos desconsiderar que os rumos da política passaram a ser ditados não por aqueles q ue tenham os melhores projetos, mas sim por aqueles que conseguem criar o melhor engajamento.

O que percebemos, é que de uma forma geral os candidatos deixaram para trás o verdadeiro ideário político, mudando o foco dos debates e discursos: se antes tratávamos de projetos e programas de governo, com apresentação de formas efetivas de melhorias práticas, hoje preferimos ataques pessoais, inclusive com questões familiares, que descontextualizam por completo o próprio debate que é esperado em um cenário político.

E em que pese tal situação tenha ocorrido nas eleições para prefeitura da cidade de São Paulo que é listada como uma das maiores cidades do mundo, quando voltamos os olhos para a política interiorana, quadro que se forma é ainda pior.

Além de haver um processo massivo de desinformação, que pelo tamanho geográfico do município ganha maior impulso no próprio boca a boca, forma-se o processo eleitoral a partir de polêmicas, onde surge a necessidade de imputar ao outro erros do passado, ainda que não relacionados com a própria vida política, mas que são capazes de permitir a criação de um estado mental tendencioso a este ou àquele argumento.

Com isso, verificamos a falência do processo argumentativo com manifesto prejuízo à própria formação do voto consciente, que vez o outra fica preso a pré-conceitos que são formados de forma viciada, por estarem calcados em processos de desinformação e desestruturação a partir da criação de falsas informações e de polêmicas.

Contudo, esse mundo utópico onde se discutissem projetos e não pessoas, está muito longe de ser alcançado. E como resolver?

Temos diversas opções para tentar resolver a questão.

A justiça eleitoral, como demonstramos em artigo anterior, vem atuando de forma incisiva nesses processos de desinformação, a fim de garantir um ambiente verdadeiramente democrático nas discussões políticas.

Porém o judiciário já se encontra no fim do processo de falência da argumentação eleitoral, sendo a única solução quando outras tentativas falham.

A realidade é que a sociedade deveria investir na formação de novas lideranças políticas, que discutissem projetos, melhorias e soluções para a própria sociedade. Processos mentais de desestabilização de candidatos concorrentes, ainda que se qualifiquem como verdadeiro espetáculo circense para grande massa, não demonstra a capacidade ou incapacidade de qualquer de seus participantes.

A sociedade, não pode ficar refém da ausência de argumentos. A sociedade não pode ficar a mercê de políticos despreparados e de candidatos que somente tem o cargo político como instrumento de obtenção vantagens.

Merecemos pessoas qualificadas e que demonstrem minimamente entender a envergadura do cargo que pretendem ocupar e que se dediquem de forma efetiva ao bem público.

Mas como já dissemos, esse mundo utópico, está longe, muito longe de ser alcançado!

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