Buscar no site

Onça-parda ameaçada de extinção é capturada no quintal de uma residência e solta na natureza, em Rosana

Moradora disse ao g1 que ficou assustada com a situação e não sabe como o felino entrou no imóvel, já que a casa possui muro alto.

G1

  • 21/02/23
  • 11:00
  • Atualizado há 96 semanas

O Corpo de Bombeiros realizou a captura de uma onça-parda que havia aparecido no quintal de uma residência na tarde deste domingo (19), no distrito de Porto Primavera, em Rosana (SP).

O felino, que pertence a uma espécie ameaçada de extinção, precisou ser sedado no momento da captura, pois aparentava estar assustado.

A equipe do Corpo de Bombeiros utilizou uma espécie de jaula metálica para conter o animal e retirá-lo em segurança do local.

Após a captura, a onça-parda não precisou ser submetida a avaliação médica veterinária e foi solta na natureza.

Ninguém se feriu.

A moradora da residência, Loriane San Martin, disse ao g1 que seu pai encontrou a onça por volta das 16h e não sabe como o animal adentrou o local.

"A gente não sabe como ela apareceu lá porque minha casa é no Centro da cidade, tem muro alto. Então, provavelmente, ela subiu pela árvore e pulou o muro", informou a professora de educação física.

Divulgação - Animal foi encontrado no quintal de uma residência, no distrito de Porto Primavera, em Rosana (SP) — Foto: Corpo de Bombeiros
Animal foi encontrado no quintal de uma residência, no distrito de Porto Primavera, em Rosana (SP) — Foto: Corpo de Bombeiros

Ela ainda comentou que o susto foi grande.

"Meu pai a viu ontem [19> à tarde, a gente não sabe desde quando ela estava lá. Os bombeiros entraram e tiraram. O susto foi grande!", contou Loriane ao g1.

Onça-parda

Também conhecida como suçuarana, puma, onça-vermelha e leão-baio, a onça-parda (Puma concolor) é a segunda maior espécie de felino do Brasil, só ficando atrás da onça-pintada (Panthera onca). Tem corpo alongado, com até 1,08 metro de comprimento. A cauda longa mede até 61 centímetros e a altura é de 63 centímetros.

O macho adulto pode pesar por volta de 70 quilos. A pelagem da suçuarana tem coloração uniforme, variando entre marrom-acinzentado bem claro e marrom-avermelhado escuro. Geralmente os animais que vivem em florestas são menores e mais escuros e os que habitam regiões montanhosas são maiores e mais claros.

Possuem hábitos noturnos (predominantemente) e diurnos, caçam a qualquer hora do dia com certa tendência ao horário de crepúsculo.

Embora seja uma espécie terrestre, possui muita habilidade para subir em árvores e é muito ágil. A suçuarana vive solitária, menos na época de acasalamento.

Pesquisas comprovaram que a suçuarana é o predador mais eficiente e mais flexível entre os felinos. Ela consegue alimento em 75% das vezes em que parte para o ataque.

A alimentação inclui desde pequenos roedores até mamíferos de grande porte (capivaras, veados e catetos), aves e répteis.

O período de gestação varia entre 84 e 98 dias, e nascem de um a seis filhotes, cada um com 220 a 440 gramas de peso.

A espécie é considerada vulnerável e ameaçada de extinção.

Segundo o biólogo André Gonçalves Vieira, responsável por diversos levantamentos de fauna em Presidente Prudente (SP), a onça-parda não tem o hábito de atacar pessoas, a não ser que se sinta acuada, com filhotes ou extrafragilidade alimentar.

"Infelizmente, com a perda de seu habitat natural (cobertura vegetal nativa) e, consequentemente, queda de presas (alimentos), esse animal passa cada vez mais a ser observado próximo de áreas urbanas", salientou Vieira.

"Uma das maiores ameaças à sobrevivência dos felinos selvagens em todo o mundo é a perda de habitats em virtude da expansão urbana, da matriz agropecuária, a retaliação por predação de animais domésticos e os atropelamentos. Portanto, é sempre importante obedecer aos limites de velocidade das vias e se manter atento", salientou ao g1 o biólogo Rondinelle Artur Simões Salomão.

Salomão ainda orientou que, ao avistar um animal selvagem nas vias, é importante manter uma distância considerável e não tentar afugentá-lo.

"Esses animais não oferecem riscos diretos aos seres humanos e, se não forem incomodados, seguirão seu caminho. Onças-pardas só se defendem nos casos em que ficam acuadas ou estão protegendo suas crias", ressaltou.

Receba nossas notícias em primeira mão!

Mais lidas
Ver todas as notícias locais
Colunistas Blog Podcast
Ver todos os artigos