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Paciente oncológica de Palmital sofre com falta de materiais para reconstrução mamária após câncer de mama

Gisele Roldão, de 38 anos, continua fazendo pós-operatório à espera de uma resolução

Redação AssisCity

  • 14/12/23
  • 08:00
  • Atualizado há 41 semanas

Gisele Roldão do Nascimento, paciente oncológica palmitalense de 38 anos, procurou o Portal AssisCity para compartilhar sua experiência com o tratamento no Hospital Regional de Assis (HRA). A paciente contou que após o tratamento completo oferecido pela Clínica Oncológica do hospital, faltou materiais e insumos para a realização da reconstrução mamária.

De acordo com Gisele, seu tratamento teve início em janeiro deste ano, quando realizou um exame para a investigação de um nódulo. Logo em seguida, passou por 6 meses de quimioterapia, que foi concluída em outubro. A mastectomia estava prevista para cerca de 30 a 40 dias após o término da quimioterapia. Ao descobrir a necessidade de remover ambas as mamas devido a uma mutação genética, ela ficou tranquila ao saber que ao menos a equipe responsável receberia o suporte de um cirurgião plástico.

Arquivo Pessoal - Gisele Roldão, de 38 anos, após a sua última sessão de quimioterapia - FOTO: Arquivo Pessoal
Gisele Roldão, de 38 anos, após a sua última sessão de quimioterapia - FOTO: Arquivo Pessoal

"Em setembro a equipe nova, incluindo o cirurgião plástico começou a trabalhar, então surgiu a esperança de fazer a reconstrução imediata após a retirada da mama. Mas, no dia da cirurgia, não foi possível realizar a reconstrução pois, segundo consta no meu prontuário, não havia material para o procedimento. Todos sabemos da importância dessa cirurgia para as mulheres que passaram pelo câncer de mama. No meu caso, por ser portadora de uma mutação genética, a retirada total da mama é indicada. Não é só estética, é um direito da mulher a reconstrução mamária depois do CA de mama pelo SUS, regulamentada em lei", frisou.

Gisele realizou a cirurgia de mastectomia em 28 de novembro, sem a reconstrução imediata, algo que ela esperava ansiosamente para amenizar o impacto físico e emocional da perda das mamas. "Não questiono o tratamento, os médicos, só gostaria que a equipe de gestão nos desse um posicionamento. O meu questionamento é o de muitas mulheres, inclusive que estão no mesmo tempo de tratamento que eu. Todas devem ser operadas e com a mesma dúvida: Há uma previsão para essa demanda?", falou à reportagem.

No início desta semana, Gisele voltou ao HRA para as consultas do pós-operatório, ainda sem uma data para que a reconstrução mamária seja feita. "É uma situação muito triste e delicada. Pois ao mesmo tempo que nos deram a esperança de ter a cirurgia reparadora, melhorando o nosso pós-operatório, tomamos um banho de água fria. A falta de uma das mamas, dói muito. Não é só uma questão física, é muito além disso. Envolve o se sentir faltando um pedaço. Ter uma data, uma posição, não resolve essa questão agora, mas pode acalmar um pouco essa angústia", finalizou a paciente.

Diante desse cenário, a reportagem entrou em contato com a assessoria do Hospital Regional de Assis e questionou se os recursos destinados pelo Ministério da Saúde para unidades habilitadas no Núcleo de Alta Complexidade em Oncologia (UNACON), cobrem o tratamento integral do câncer de mama, incluindo a mastectomia e a reconstrução da mama. Até o momento da publicação, a direção do HRA não havia nos respondido. O espaço permanece aberto para que o hospital se posicione sobre o assunto.

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