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Moradora do Jardim Paraná, em Assis, encontra salsicha com chumbinho e salva cães de envenenamento

A história de Alecrim e Angola, que gerou repercussão nas redes socias, aconteceu na tarde desta quinta-feira, 26 de setembro; Caso foi registrado na Polícia Civil

Redação AssisCity

  • 28/09/24
  • 12:00
  • Atualizado há 1 hora

Uma moradora do Jardim Paraná, que reside próximo à moradia da UNESP de Assis, viveu momentos de pânico na última quinta-feira, dia 26 de setembro, ao perceber que seus cachorros poderiam ter sido envenenados. Vanessa Paes relatou ao Portal AssisCity que o incidente aconteceu quando ela retornava para casa durante o intervalo do almoço. Dona de dois cães, Alecrim e Angola, e uma gata, Capitu, ela decidiu descansar por um momento, deixando seus pets circularem pela área da frente de sua casa. Minutos depois, um de seus cachorros, Alecrim, voltou com algo na boca. A princípio, Vanessa achou que fosse apenas um brinquedo, mas logo percebeu que se tratava de uma salsicha.

Sentindo que algo estava errado, ela rapidamente pegou Alecrim no colo e retirou o alimento estranho de sua boca. Ao inspecionar, encontrou partículas de "chumbinho", um veneno clandestino usado ilegalmente como raticida. "Na hora, eu senti uma intuição, quando cortei a salsicha, foi um susto enorme", contou à nossa reportagem.

Divulgação - Salsicha com chumbinho - Foto: Divulgação
Salsicha com chumbinho - Foto: Divulgação

Após o susto, Vanessa procurou um veterinário, que confirmou a presença do veneno. "Felizmente, conseguimos tirar a salsicha antes dele engolir. Levei a salsicha para a clínica, e eles me confirmaram que se tratava de chumbinho", explicou. Além de buscar atendimento veterinário, a moradora também recebeu orientação de advogados para registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil, levando provas do envenenamento. O caso foi enquadrado na Lei 9.606/98 - Meio Ambiente - Praticar ato de abuso a animais (Art.32).

O uso de chumbinho é proibido no Brasil pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) devido ao alto risco que representa, tanto para animais quanto para humanos, principalmente crianças, que podem acidentalmente entrar em contato com o veneno. Mesmo assim, sua venda ilegal continua a ocorrer em várias regiões.. "É uma crueldade sem tamanho. Não só coloca a vida dos animais em risco, mas também qualquer criança ou adulto que possa entrar em contato com o veneno sem saber. Não é o primeiro caso no bairro, e isso precisa parar", desabafou Vanessa, que já providenciou a instalação de câmeras de segurança em sua casa na tentativa de identificar os responsáveis.

Divulgação - Angola e Alecrim - Foto: divulgação
Angola e Alecrim - Foto: divulgação

Nas redes sociais, diversos internautas que tiveram contato com a história de Alecrim e Angola se solidarizaram e aproveitaram o espaço para denunciar que outros animais também foram envenenados na mesma região. Em um dos comentários, uma moradora do mesmo bairro disse "meu cachorro morreu envenenado mês passado", em outro comentário uma mulher escreve "minha mãe tem dois e mora por ali e estamos morrendo de medo! Os boatos estão correndo a dias, de que tem alguém está dando venenos por ali", contou.

A Polícia Civil de Assis investiga o caso, mas até o momento, nenhum suspeito foi identificado. A Vigilância Sanitária reforça que o comércio de chumbinho é ilegal e orienta a população a denunciar pontos de venda clandestinos.

O perigo do "chumbinho"

O "chumbinho" é um veneno ilegal usado indevidamente como raticida. Apesar de sua aparência inofensiva — geralmente em formato de pequenos grãos de cor grafite —, trata-se de uma substância altamente tóxica, cujo uso e comercialização são proibidos no Brasil. O agrotóxico presente no "chumbinho", como o aldicarbe, pode causar intoxicação grave e até morte em animais e humanos.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) alerta que a venda e o uso do "chumbinho" são ilegais, e os responsáveis pela distribuição e comercialização do veneno podem responder criminalmente. Além disso, a ineficácia do "chumbinho" no controle de roedores é comprovada, já que ele pode apenas afastar temporariamente os ratos, sem exterminar a colônia.

Casos de envenenamento devem ser denunciados à Vigilância Sanitária, e em situações de emergência, o Disque-Intoxicação (0800-722-6001) oferece orientações especializadas.

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