Estudantes da UNESP de Assis estão em greve por tempo indeterminado
As principais pautas giram em torno de questões estruturais e permanência estudantil
Os estudantes do campus de Assis da Universidade Estadual Paulista (UNESP) iniciaram a ocupação do espaço na última sexta-feira, 20, após deflagrarem greve por tempo indeterminado, em Assembleia realizada na segunda-feira, 16. Os alunos estão acampados na instituição e não há aulas desde a quinta-feira, 19.
As principais pautas dos estudantes são desde assuntos referentes à permanência estudantil e problemas estruturais do campus a problemas gerais como a precarização do ensino público e a situação política do País.
As reivindicações concernentes à permanência estudantil englobam o restaurante universitário, moradia estudantil e bolsas de permanência e o que chamam de precarização da universidade, no qual exigem a contratação imediata de novos docentes. Além, da paridade nos órgãos colegiados, que em suas visões funciona de forma antidemocrática, com os professores tendo 70 % do poder de voto, enquanto os discentes e servidores possuem 15 % cada.
Os grevistas colocam em pauta ainda problemas relacionados à situação política do País e questões relacionadas à violência de gênero.
Os estudantes do campus de Franca e Araraquara também estão em greve. Na madrugada de quinta-feira, 19, para sexta-feira, 20, em torno de 80 alunos iniciaram o processo de ocupação da área. Desde então estão acampados com barracas, colchões e estão ocupando o saguão do prédio do curso de Letras.
A reportagem do AssisCity não conseguiu conversar com a diretora do campus, Andréa Dorini Rossi, pois estava em viagem a São Paulo, o contato telefônico também foi tentado; assim a vice-diretora da unidade, Cátia Berlini de Andrade, concedeu uma entrevista para explicar o movimento dos alunos.
"Os estudantes não só os de Assis, mas de outros campi da UNESP estão discutindo as questões referentes à estrutura da Universidade, no que diz respeito às políticas de permanência estudantil e reservas de vagas, por exemplo. O nosso campus atende a demanda e oferece a alimentação por meio do Restaurante Universitário, moradia estudantil e bolsas de permanência. A nossa demanda, felizmente é atendida pela Reitoria", disse.
Cátia, entretanto, ressalta que alguns problemas estruturais como o quadro de servidores reduzidos, no qual há necessidade de contração de novos docentes e técnicos administrativos é essencial. Além disso, há problemas em alguns prédios, como o telhado da biblioteca, visto que quando chove, o espaço sofre com alagamentos.
A vice-diretora ressalta que os docentes e os demais servidores estão discutindo se vão entrar em greve ou não.
"Só para garantir a segurança do patrimônio e o direito de ir e vir das pessoas, conseguimos uma medida para assegurar estes direitos através da assessoria jurídica da UNESP, entretanto, esclareço que mantemos a nossa política de neutralidade e afirmo que o movimento dos discentes é pacífico", finaliza.