Covid-19: obesidade é grave fator de risco
O excesso de peso atinge mais da metade da população adulta no Brasil
Dados indicam que sete em cada 10 pacientes internados em unidades de terapia intensiva no Reino Unido com coronavírus estavam com sobrepeso ou obesidade. "A obesidade diminui a imunocompetência. Vários estudos em animais e em humanos demonstram isso. Pessoas com obesidade têm uma menor atividade citotóxica das células que detectam e destroem invasores, sejam vírus, bactérias e mesmo células cancerígenas. Por isso, pacientes com obesidade estão entre os grupos de risco para a infecção do novo coronavírus", explica Dr. Marcio Mancini, endocrinologista especialista em obesidade da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo (SBEM-SP).
De acordo com a World Obesity Society, pessoas com obesidade em todo o mundo já estão em alto risco de complicações graves da covid-19 por causa do aumento do risco das doenças crônicas que a obesidade causa. Além disso, indivíduos com obesidade que se isolam e evitam o contato social já estão estigmatizados e experimentam taxas mais altas de depressão.
Dr. Mancini comenta que, durante a epidemia da H1N1 de 2009, a obesidade foi reconhecida como fator de risco independente para complicações da influenza. "Estudos com metanálises, que avaliaram pacientes com obesidade e H1N1, demonstraram um risco mais que duas vezes maior de internação em UTI e mortalidade. Em pesquisas, camundongos com obesidade induzida por dieta e infectados por influenza apresentaram menor atividade antiviral. Animais e humanos com deficiência do hormônio leptina têm mais infecções respiratórias".
Vale lembrar que o excesso de peso atinge mais da metade da população adulta no Brasil (55,7%) e não é apenas uma doença da faixa etária considerada idosa.