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"O que passei não desejo para ninguém", diz mãe de menina que tentou suicídio em Paraguaçu Paulista

Em entrevista ao Portal AssisCity, mãe de adolescente vítima de bullying compartilha a dor e o medo de quase ter perdido a filha

Redação AssisCity

  • 19/06/24
  • 09:00
  • Atualizado há 17 semanas

Imagem de rawpixel.com no Freepik - FOTO: Imagem de rawpixel.com no Freepik
FOTO: Imagem de rawpixel.com no Freepik

Na última semana, uma adolescente de 14 anos foi internada na UTI da Santa Casa de Paraguaçu Paulista após uma grave tentativa de suicídio. A jovem, vítima de bullying constante na escola, teve uma nova chance de vida, mas sua história serve como um alerta para pais e responsáveis sobre as graves consequências do bullying e a importância de estarem atentos aos sinais.

Em entrevista ao Portal AssisCity, a mãe da adolescente, que preferiu não se identificar, relatou quando percebeu os problemas que a filha estava enfrentando. "Desde o ano passado, ela já estava tendo problemas na escola e não queria ir. Ela pedia para mudar de escola porque os colegas a xingavam. Tentei mudar, coloquei ela no Maria Ângela, mas lá também começou. Este ano, ela foi à escola apenas alguns dias e depois não quis ir mais, ficando fechada em si mesma", contou.

A mãe também descreveu os sinais de que a situação estava afetando gravemente o bem-estar emocional da filha. "Ela não falava muito para mim, mas ficava muito fechada. Quando tentei mudar ela de escola novamente, a diretora minimizou a situação, dizendo que poderia ser apenas picuinhas. Fui em várias escolas, mas todas negaram vaga para ela. Depois descobri que eram os próprios amigos que faziam isso com ela", disse entristecida.

No dia 6 de junho, a mãe descreveu os momentos de pesadelo que viveu com a filha. "Para mim, ela estava normal. Chegou em casa e falou com um colega que tinha tomado seis cartelas de medicação e estava passando mal. O colega tinha meu número, mas não me avisou. O namorado dela veio correndo me chamar, e quando fui ver, ela não respondia. Chamei o SAMU, e ela foi levada para a Santa Casa, onde fizeram a lavagem e a entubaram. Ela ficou seis dias na UTI, com os rins paralisados, infecção hospitalar e pneumonia. Graças a Deus, ela teve uma nova chance de vida", relatou.

Para a mãe da menina, é urgente e necessário que haja apoio psicológico nas escolas. "Minha filha é linda e não tem problema nenhum. As pessoas que fizeram isso com ela precisam ser responsabilizadas para evitar que outras crianças passem pelo mesmo. Acho que deve haver psicólogos nas escolas. O que passei não desejo para ninguém", finalizou.

A escola citada pela mãe na entrevista é a Escola Estadual Professora Maria Ângela Batista Dias, que fica na Vila Gammon, em Paraguaçu Paulista. O Portal AssisCity tentou entrar em contato por telefone com a unidade escolar para que o assunto fosse comentado pela direção da escola mas, até o momento, não houve sucesso, O espaço continua aberto para quaisquer manifestações. De acordo com a mãe da menina, atualmente ela estuda na EMEF Prof. Osório Lemaire de Moraes, no Jardim das Palmeiras. Por telefone, a escola decidiu não se pronunciar à respeito do assunto em respeito à família. "Nós estamos tomando todas as medidas cabíveis e necessárias, pois envolve uma menor, então não haverá pronunciamento público no momento".

A equipe do Portal AssisCity se solidariza com a família da adolescente e espera que o caso seja devidamente apurado. O bullying é um crime grave que pode ter consequências devastadoras para as vítimas. É fundamental que pais, responsáveis, escolas e a sociedade em geral se unam para combatê-lo.

Também colocamos à disposição dos leitores os seguintes canais de apoio:

* CVV (Centro de Valorização da Vida): 188 (atendimento 24 horas)

* Polícia Militar: 190

* SAMU: 192

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