*Por Kallil Dib
Momentos de glórias, conquistas e euforias, assim foram as minhas três últimas primaveras. Não vou aqui lembrar-me de decepções, lágrimas ou sorrisos em vão.
Escrevo esse artigo, caro leitor, apenas para esclarecer sensatas dúvidas e confessar os meus anseios, enfrentando até algum 'olho gordo' que certamente passará por aqui, ou não. Talvez eu seja pessimista demais para pensar na minha vida daqui pra frente em algum jornal, portal ou qualquer emissora de comunicação reconhecida e admirada por leigos. Mas mantenho os pés no chão.Os pés no chão e a cabeça nas nuvens.
Projeções não faltam, nem ao menos desenhos de um futuro bom. É nesse ano que tudo acontece, dizem até que o mundo acaba, e eu dou de cara com ele, depois de terminar o curso superior. E quer saber? Não vejo a hora!
Mas também sei, como sou lembrado todos os dias, que o mercado de trabalho vai me 'engolir', abolir minhas ideologias, conceitos e perspectivas, se eu deixar, é claro. Mas não vou, não quero dinheiro, não sou tão hipócrita. E para ser sincero, desejo apenas um reconhecimento do meu trabalho: artigos, poesias, crônicas. Alias, tudo já começou.
Ao entrar na faculdade, em 2009, os pensamentos eram outros, as ideias de realidade e resquícios de um garotão do ensino médio refletiam em meus olhos um tanto quanto deslumbrados. Mas não por muito tempo, logo caí na realidade.
Não demorou e meus anseios quanto ao jornalismo já haviam mudado, como a minha vida. Agora maior de idade e entendido um pouco mais sobre o mundo surreal e apaixonante da comunicação, tive mais ainda a certeza de que estava no ambiente correto.
O primeiro, segundo e terceiro anos se foram e com eles as dúvidas. Os desejos de menino ficaram para trás, e as responsabilidades me disseram 'oi'. Não vou mentir, me assustei. Mas não demorei a me acostumar com a nova rotina.
É bom, diria até que assustador, ver a instantaneidade de um texto publicado num jornal ou em um portal de notícias. A repercussão é grande, gera descontentamento, invejas, elogios, e até alguns sorrisos de canto.
No último período do curso superior apenas me apresento à sociedade como mais um contestador, e detentor de ideias, às vezes um tanto político, poeta e cronista, por acaso.
Sou eu, aquele polêmico que um dia o delegado contestou e que um dia chegará ao topo da felicidade, enfrentando qualquer 'olho gordo' que possa passar por aqui.
Kallil Dib
www.kallil.com