Mãe que relatou falso sequestro de bebê confessa ter recebido R$ 5 mil
Ela disse à Polícia Civil que o valor não seria um pagamento pelo filho. Criança continua em abrigo; caso gerou comoção nas redes sociais.
A mãe do bebê envolvido no caso de falso sequestro em Campinas (SP) confessou que recebeu R$ 5 mil da mulher que levou a criança. Ela disse à Polícia Civil que o valor não seria um pagamento pelo filho, mas sim uma ajuda financeira.
O caso gerou comoção nas redes socias no mês de novembro. O bebê, na época com 28 dias, foi entregue pela mãe, Hiana Vitória de Oliveira, de 20 anos, para Meire Hellen Barbosa. Imagens de câmeras de segurança de uma loja flagraram a ação.
Na época, após a entrega a mãe chegou a dizer que o bebê foi sequestrado, mas depois, no primeiro depoimento, ela confessou ter recebido R$ 200 para comprar um celular.
Meire Helen levou a criança para Presidente Prudente, onde foi resgatada pela polícia e trazida de volta para Campinas.
Na nova versão apresentada na Delegacia de Investigações Gerais (DIG), a mãe do bebê disse que recebeu um cheque de R$ 5 mil, mas que rasgou. No entanto, para a polícia, não há dúvida de que ela cometeu o crime de entrega de filho a terceiro mediante recompensa, crime pelo qual já foi indiciada.
A polícia pediu ainda um exame de sanidade mental para a mãe da criança. Esta semana, o inquérito deve ser encaminhado para a Delegacia da Mulher em Campinas. Já Meire Hellen foi autuada em flagrante, chegou a ser presa, mas foi solta um dia depois. Ela responde em liberdade pelo crime de ocultação de criança. O bebê continua em um abrigo.
Certidão
Um registro de nascimento encontrado na casa da mulher que levou o bebê, em Presidente Prudente, foi localizado pela polícia e será investigado. O documento data de 8 de outubro, mesmo período do nascimento do menino.
Meire Hellen é suspeita de estar envolvida em outros casos de adoções ilegais, segundo Fernandes. Ela foi presa em flagrante em casa e foi levada para o presídio de Tupi Paulista (SP).
A análise do telefone celular da mulher que levou o bebê constatou que há vários contatos de pessoas falando sobre o registro de crianças e adoções. Por isso, as investigações prosseguem, com o apoio da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Presidente Prudente.
Falsa comunicação de crime
As investigações começaram depois que a mãe do bebê registrou um boletim de ocorrência de rapto do filho no dia 12, a criança tinha 25 dias nesta data. Ela fez apelo nas redes sociais pedindo que o filho fosse devolvido e o caso ganhou repercussão nacional.
Câmeras de uma loja em Campinas registraram o momento em que a mãe e a mulher que levou a criança aparecem juntas em uma loja.
Após desconfiar da história e colher depoimentos de familiares e da mãe, a polícia constatou que ela, na verdade, entregou o filho para a mulher misteriosa que aparece na imagem, e que não houve sequestro.
A mãe alegou para a polícia que se arrependeu e que estaria com problemas psicológicos.
O delegado confirmou que irá pedir exame médico psicológico para verificar a situação da mãe.
Ela responde em liberdade pelo crime de entregar filho mediante paga ou recompensa. Poderá pegar pena de reclusão de até quatro anos e também responderá pelo crime de falsa comunicação.
Policiais se passaram por avô do bebê
Segundo a Polícia Civil, os policiais precisaram se passar pelo avô do bebê para negociar a devolução do menino em Presidente Prudente.
Em depoimento prestado em Presidente Prudente e já encaminhado para a Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Campinas, a mulher presa justifica que apenas gostaria de cuidar do bebê por um tempo e depois o devolveria para a mãe.
A mulher presa responde por crime de ocultação de criança e também responderá por registro falso de nascimento ou falsificação de documento, caso seja constatado no decorrer das investigações.
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