Cardiologista de Assis explica que vacina contra COVID-19 não está causando infarto
No brasil a cada 1,5 minuto uma pessoa morre por doença cardiovascular
Há semanas a população assisense tem levantado nas redes sociais a hipótese de que a vacina aplicada contra a COVID-19, está causando a morte de pessoas por infarto, por isso o Portal AssisCity procurou a médica cardiologista Nina Azevedo para esclarecer a situação.
Para iniciar sua fala, a médica pontuou um dado importante sobre morte súbita. "Precisamos entender que no Brasil, a cada 1,5 minuto, uma pessoa morre vítima de doenças cardiovasculares, ou seja, no mundo, essa é a doença que mais mata pessoas".
Questionada sobre a relação da vacina contra a COVID-19 e as mortes por infarto, que estão ocorrendo nos últimos meses, a médica afirma que não existem dados científicos que comprovem essas falas.
"Infelizmente, a desinformação chega muito rápido no dia-a-dia da população, então as pessoas ouvem, principalmente porque a vacina se tonou algo politizado, e propagam isso sem ter comprovação nenhuma", explicou.
COVID-19
A médica relembra que há dois anos milhares de pessoas morreram não porque o vírus era agressivo e sim porque o vírus desencadeava uma reação inflamatória no organismo.
"Essa reação inflamatória do próprio corpo ocasionava trombose, infartos, AVC e outras doenças. Por isso, quando a vacina começou a ser aplicada, estávamos tomando o vírus atenuado então nossa resposta imunológica se tornou menos exacerbada, quando entramos em contato com esse vírus, e a gente tem a resposta imune guardada", explicou Nina Azevedo.
Além da explicação a médica alertou para os riscos de propagar informações sem a comprovação cientifica dos fatos. "Não existe lógica em achar que vacina causa isso, porque a COVID causa muito mais, precisamos parar de associar a vacina com tudo que está acontecendo. Sempre morreram pessoas de morte súbita, sempre morreram pessoas de infarto", afirmou.
Infarto em jovens
"Essa é uma geração que tem acesso a tudo muito fácil. Nós temos visto muito a substituição do tabagismo comum, por aqueles cigarros eletrônicos, a gente não tem a mínima noção de quanta nicotina tem naquilo", ponderou a médica, quando questionada sobre a causa de infartos em pessoas jovens.
Segundo a médica, a nicotina é uma das drogas mais viciantes, chegando no cérebro em menos de 1 segundo. Tudo isso, esse estilo de vida, de festas noturnas, noites mal dormidas, remédios para dormir, ou ficar acordado, uso de substancias licitas e ilícitas, propagam a formação de placas de gordura, arritmia, e também pode desencadear a morte súbita.
"Então o que está acontecendo talvez, seja o resultado, de um estilo de vida errado. É o estilo de vida que determina se uma pessoa vai viver mais ou menos", finalizou a médica.