Vereadores se posicionam contra a redução de salários em Paraguaçu

A Sessão Ordinária da Câmara Municipal desta segunda-feira, 5, teve nervos a flor da pele por conta de uma indicação dos vereadores Reinaldo César Christiano, Vilma Bertho e Onório Anhesim pedindo a mesa diretora da Câmara a aprovação de projeto para redução de salários dos vereadores de Paraguaçu Paulista.

A sugestão dos vereadores é de que o salário seja reduzido de R$3.200 para um salário mínimo, que será de R$901,00 a partir da próxima legislatura. Isso porque, segundo eles, a lei impede que essa redução seja feita imediatamente.

Com a indicação, a decisão de apresentar ou não um projeto que reduza o subsídios da Câmara de Paraguaçu seria de responsabilidade da Mesa Diretora, formada pela 1ª Secretária, vereadora Elaine, pelo presidente da Casa, Miguel Canizares, pela 2ª Secretária, vereadora Kátia e pelo vice-presidente, vereador Antian.

Mas a indicação não foi bem aceita pelos vereadores da Mesa. Na tribuna, Kátia Euzébio (foto) disse que é favorável ao vereador ter um bom salário.

"Eu sou favorável que o vereador que se doe verdadeiramente para a sociedade receba bem, mas desde que ele se entregue de corpo e alma, é o mínimo que pode ser feito", disse.

A 2ª Secretária da Mesa Diretora fez duras criticas ao vereador Reinaldo, autor da indicação de redução dos salários. Segundo ela, alguns vereadores tem que ser mais presentes na Câmara porque assinaram no dia da posse um termo de descompatibilização, se colocando a disposição da sociedade.

"Talvez eu fosse favorável a redução do salário dos vereadores se nós abusássemos do poder que nós temos, se nós tivéssemos acesso a recebimento de Sessão Extra que nós não temos, se nós recebêssemos adicionais, ajuda de custo para viagens e nós não temos", ressaltou Kátia.

O presidente da Casa Miguel Canizares também criticou a indicação feita pelos vereadores. Ele disse que desde que assumiu a presidência, muito antes de qualquer vestígio de crise, já tem contribuído com o município por meio de uma economia significativa dos recursos na Câmara.

"Essa Casa, desde 2013, vem fazendo vários esforços para que se tenha a maior economia possível, e nós temos feito, temos conseguido, não pela honestidade, porque ser honesto é obrigação, mas sim pela nossa conduta, isso aqui é do povo e tem que ser respeitado", disse.

Canizares ressaltou que em 2013 a Câmara devolveu para a Prefeitura Municipal mais de R$890 mil. Em 2014, a devolução foi de R$690 mil e neste ano, até o momento, a Câmara já possui em caixa o total de R$634 mil para serem devolvidos no fim do ano.

Ele disse ainda que fez algumas obras que eram necessárias no prédio da Câmara.

"Fizemos acessibilidade, é um patrimônio do povo que está ai, fizemos a cerca, gastamos também, mas só que aqui é tratado com respeito", destacou Miguel.

"Cartão de ponto, quatro horas de atendimento nos seus gabinetes, a parte da manhã, das 8h até às 11h, duas horas de almoço, retornar e passar o cartão as 13h, com ressalva de sair na parte da tarde para as ruas de nossa cidade fazer o seu papel que veio para desempenhar como vereador", ressaltou.

Indignado com a indicação de redução de salários, Paulo Japonês levou três requerimentos, em nome dos vereadores Vilma, Reinaldo e Onório, pedindo aos mesmos para abrir mão do salário de R$3.200 a partir deste ano, sem esperar para a próxima legislatura. Segundo ele, o dinheiro seria doado para entidades.

"A gente sempre brigou aqui e lutamos pela valorização do legislativo, sempre brigamos por isso, eu acho que vereador tem que trabalhar mais, tem que estar mais presente, tem que se fazer presente na Câmara, ouvir as pessoas (...), então esse é o papel importante do vereador", disse.

O presidente Miguel Canizares faz esclarecimento sobre economia nos ultimos anos na Camara.