Publicitária que foi candidata a prefeita de Tupã está entre presos na operação contra atos de vandalismo em Brasília
Klio Damião Hirano foi presa na capital na noite desta quarta-feira (28). Polícia Federal e Polícia Civil do Distrito Federal cumpre mandados de prisão de suspeitos na tentativa de invasão da sede da PF e outros atos de vandalismo
A mulher que está entre as pessoas que foram presas até a manhã desta quinta-feira (29) na operação da Polícia Federal que apura atos de vandalismo em Brasília é de Tupã, no interior de São Paulo, e foi candidata à prefeitura da cidade nas últimas eleições municipais, em 2020.
A publicitária bolsonarista Klio Damião Hirano participou da disputa em chapa única pelo PRTB e não se elegeu.
Ela recebeu 364 votos e foi a menos votada entre os candidatos. Klio tem 40 anos e é filha do fotógrafo Eizi Hirano, que tem o trabalho conhecido nacionalmente e fundou uma rede de lojas de impressão fotográfica. Ele morreu em abril de 2019 e o distrito industrial da cidade recebeu seu nome.
Nas redes sociais da publicitária há várias postagens que fazem referência ao presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores. Em agosto, Klio postou fotos do encontro com a deputada Carla Zambelli em uma universidade de Marília.
Ela era frequentadora do acampamento golpista de apoio ao presidente no Quartel-General do Exército em Brasília, onde estaria, segundo as postagens nas redes sociais desde o mês de novembro, após as eleições.
Antes de ser presa, Klio postou um vídeo de uma solenidade no Palácio do Planalto (veja abaixo). Além dessas publicações, há dezenas de fotos e vídeos dela em Brasília junto com outros apoiadores do atual governo.
A publicitária estaria entre as pessoas que tentaram invadir a sede da PF em Brasília no último dia 12 de dezembro.
O g1 tenta contato com a defesa dela, mas ainda não obteve retorno. A PF informou que uma equipe está na cidade de Tupã e cumpre mandados de busca e apreensão em endereços da suspeita.
Entre os crimes apurados pela ação, estão abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado, dano qualificado, incêndio majorado e associação criminosa.
Os mandados são cumpridos no DF e em sete estados: Rondônia, Pará, Mato Grosso, Tocantins, Ceará, São Paulo e Rio de Janeiro.
Operação Nero
A operação ganhou o nome de Nero, em referência ao imperador romano do primeiro século que ateou fogo em Roma.
Segundo a PF, as investigações tiveram início depois da tentativa de invasão à sede da PF. À ocasião, bolsonaristas tentaram resgatar José Acácio Serere Xavante, indígena preso pela instituição no dia 12 de dezembro. Sem sucesso, iniciaram ataques de vandalismo na capital.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, 8 veículos, entre carros e ônibus, foram incendiados pelo grupo. Eles também quebraram vidros de automóveis, depredaram equipamentos públicos e a 5ª Delegacia de Polícia, na Asa Norte.
A PF afirma que a investigação teve início na corporação, em conjunto com a Polícia Civil do DF, que apurou os ataques de vandalismo na capital. Por declínio de competência, os inquéritos foram enviados ao Supremo Tribunal Federal (STF).