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Polícia Civil conclui inquérito da Operação Dâmocles e solicita 54 prisões preventivas à Justiça

Chefiada e integrada por membros de facção criminosa, hierarquicamente estruturada e ordenada com a imposição de rígidas regras disciplinares

Divulgação/Polícia Civil

  • 22/05/18
  • 10:00
  • Atualizado há 344 semanas

A Policia Civil encaminhou nesta segunda-feira, dia 21 de maio, ao Fórum de Presidente Epitácio a conclusão do inquérito policial da Operação "Dâmocles", onde se desarticulou uma organização criminosa para o tráfico de drogas, ligada a facção criminosa e liderada por detentos de penitenciarias da região, com efetiva atuação naquele município.

O procedimento é composto por 44 volumes, cada qual com 200 paginas, com relatório final contendo 1.176 laudas, alicerçando um farto contexto probatório que fundamento a representação das medidas cautelares em face dos integrantes da organização.

Com a conclusão das investigações, a Delegacia de Policia de Presidente Epitácio representou à Justiça pela decretação de 54 prisões preventivas de pessoas indiciadas nos autos como integrantes da associação criminosa, dentre elas, 52 a título de conversão das prisões temporárias decretadas nos autos e outras 02 em desfavor de investigados presos em flagrante quando da deflagração da operação.

Ao todo, 51 indiciados encontram-se presos provisoriamente (49 por prisão temporária e 02 por prisão em flagrante já convertidos em preventiva em autos apartados), restando apenas 03 foragidos.

Por intermédio do Deinter-08 de Presidente Prudente, e com o apoio do Ministério Publico do Estado de São Paulo, a operação "Dâmocles" foi deflagrada em 19 de abril de 2018, depois de mais de sete meses de investigações ininterruptas a cargo do Serviço de Inteligência da Delegacia de Policia Sede de Presidente Epitácio, onde cerca de 320 policiais civis distribuídos em 80 viaturas policiais participaram das diligencias, apoiados operacionalmente pelo helicóptero "Pelicano" do SAT da Policia Civil paulista.

Iniciada a partir de informações encontradas no smartphone de uma pessoa presa em flagrante por trafico de drogas em março do ano próximo passado, a operação "Dâmocles " desarticulou uma organização criminosa chefiada e integrada por "Comandantes" de facção na região, a maioria deles detentos, que lideravam o grupo do interior de Penitenciarias se comunicando através de telefones celulares, com estrutura e seguimento próprio de criminalidade violenta organizada, voltada a obtenção de lucro com o trafico ilícito de drogas, e atuação efetiva na cidade de Presidente .

O que despertou a atenção dos policiais civis no inicio dos trabalhos foi a constatação de vinculo, para fins de mercancia de drogas ilícitas, de alguns jovens frequentadores das baladas noturnas epitaciana, esbanjando padrão de vida incompatível com a falta de renda lícita suficiente para tanto, com presidiários membros de facção criminosa, fato este corroborado com o aprofundamento das investigações pelo serviço de inteligência que evidenciou a existência do grupo criminoso em questão.

Chefiada e integrada por membros de facção criminosa, hierarquicamente estruturada e ordenada com a imposição de rígidas regras disciplinares próprias a serem seguidas por todos os integrantes, inclusive, pelos associados não "batizados", com destaque à cobrança de dívidas de drogas mediante violência física, a organização criminosa em questão demonstrou altíssima periculosidade a coletividade em geral, principalmente, por sua atuação típica de milícia privada, representada pelo domínio de atuação territorial.

As investigações revelaram a demonstração de envolvimento da liderança da organização criminosa para garantir a exclusividade no comercio de drogas ilícitas na cidade, a oferta de bairros na modalidade de "arrendamento" para a mercancia de drogas proscritas, e ainda, um perigoso esquema de serviço de "segurança privada" ofertado a coletividade, com nítido intuito de afastar a presença do Poder Publico na localidade e a cooptação de novos simpatizantes do crime organizado, além de propiciar um ciclo vicioso retratado pela pratica de crimes patrimoniais pelos próprios inadimplentes da facção, como saída para quitar dividas provenientes do repasse de drogas destinadas a revenda.

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