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PMs são presos junto com bando de ladrões de banco de Ibirarema; sete já foram presos

Dagmar Marciliano

  • 10/08/10
  • 00:00
  • Atualizado há 735 semanas

A quantia de R$316 mil foi recuperada, 11 armas e celulares foram apreendidos com os indiciados

A última sexta-feira (06) foi tensa na região. Um roubo cinematográfico, à tarde, na agência bancária do Bradesco de Ibirarema, agitou as polícias Civil e Militar e culminou na prisão de sete pessoas, duas delas, os soldados da Polícia Militar de Palmital Rogério e Junior, respectivamente moradores em Assis e Cândido Mota.

No período da manhã já havia o prenúncio de que alguma coisa ruim estava por vir e, as polícias se mantinham em estado de alerta. O roubo de um veículo Astra, numa residência em Tarumã, mostrava que algo atípico se desenrolava, haja vista que os bandidos têm optado pelo furto de carros populares.

Foi justamente com o Astra que a quadrilha chegou à Delegacia de Polícia Civil de Ibirarema e rendeu duas escrivãs, a funcionária de um escritório despachante e mais duas pessoas do público. Todos foram trancados no banheiro da unidade.

Simultaneamente, uma parte do bando foi até o destacamento da PM, que fica ao lado, e dominaram um miliciano, apoderando-se do seu fardamento.

O bando ficou dividido entre a delegacia e o posto da PM, numa ação rápida e premeditada. Parte dos criminosos ficou com os reféns e o restante se dirigiu para a agência do Bradesco, no Astra e em uma viatura da Polícia Civil.

No banco, cinco funcionários e cerca de 10 clientes foram mantidos reféns. Os assaltantes chegaram a ameaçar botar fogo no gerente, caso o cofre não fosse aberto logo, o que foi prontamente atendido. Foi roubado todo o dinheiro que havia na agência, um total de R$ 371 mil, em dinheiro, colocados em uma caixa e sacos.Os bandidos saíram do estabelecimento apontando as armas aos pedestres, numa atitude ousada que apavorou a população, que não entendia ao certo o que ocorria. A ação dos bandidos foi filmada internamente por câmeras da delegacia e, na rua, por um cinegrafista da TV Tem. A equipe gravava o institucional da cidade, justamente perto do banco e foi quem soltou as vítimas após a saída dos criminosos.

Uma outra ousadia: Ao término do assalto, os homens devolveram a viatura na delegacia, pegaram alguns dos comparsas e fugiram tomando rumos diferentes. O Astra foi deixado na rodovia e, na sequência, os bandidos roubaram outro veículo, que até sábado não havia sido localizado.

Até a manhã de sábado, sete foram presos

Falta ainda um dos bandidos, que já foi reconhecido fotograficamente pelas vítimas do roubo

O bando foi preso em duas etapas, num trabalho estratégico das polícias que varou a madrugada de sábado e as primeiras horas da manhã. Todos foram levados inicialmente à Delegacia de Investigações Gerais de Assis (DIG), depois à Delegacia Seccional, para serem submetidos a consultas e, em seguida, removidos ao cárcere.

Os policiais foram levados ao presídio Romão Gomes, em São Paulo e, além de terem de responder pelo crime, serão expulsos da corporação; os demais, no Anexo de Detenção Provisória de Assis (ADP), no interior da penitenciária. Houve encaminhamento do menor à Vara da Infância e Juventude, para posterior remoção a alguma Fundação Casa.

O nome dos acusados de envolvimento no crime foi revelado na DIG. São eles, o menor com 17 anos de idade, Luis dos Santos Júnior (PM de 35 anos), Rogério Alves Moreira (PM de 31 anos), André Luiz Ferreira (25), Paulo Aparecido Castro (46), Edílson Tavares da Silva (49) e Orcélio Paulo de Souza, todos presos em flagrante. Segundo a PM ainda falta prender um bandido, já identificado.

Os primeiros participantes foram presos em um Corsa Sedan, cinza, que era conduzido pelo policial militar Junior. Era por volta da uma hora da madrugada quando, nas buscas em matas e canaviais, equipes da PM saíram num trecho da rodovia Raposo Tavares, próximo ao posto Rota Sul, avistaram um carro e deram sinal de parada. Foi feita a abordagem no veículo, que era conduzido pelo PM que acabara de sair de seu turno de trabalho.

No carro estavam três pessoas, Paulo Aparecido Castro (morador em Cândido Mota), o menor de idade e André Luis Ferreira, os dois últimos moradores no Complexo Prudenciana, em Assis. No porta malas havia R$ 197 mil, escopeta, pistolas e revólver.

Depois disso, investigações em ritmo acelerado envolvendo os oficiais do 32º Batalhão de Assis, delegados e investigadores da Delegacia Secional davam conta de que o PM Rogério, parceiro de Junior, também estava envolvido no roubo.

De acordo com um dos oficiais que trabalhou no caso, Rogério foi detido num posto de revenda de combustível em Assis, quando se preparava para fugir.

O restante do bando foi preso em uma casa em Cândido Mota. Ali estavam Edílson Tavares da Silva, morador em São Paulo, especialista em assaltos, e Orcélio Paulo se Souza, morador em Paraguaçu Paulista.

Eles tinham seis armas (quatro pistolas e dois revólveres) e R$ 119 mil. Edílson, conforme filmagens, foi quem rendeu os policiais empunhando uma escopeta. Já Orcélio era o que aparece carregando dois sacos de dinheiro pela ruas de Ibirarema. Ele usava chapéu.

Na casa também foram apreendidas as roupas usadas no crime, todas sujas de terra vermelha. Os dois aparentavam cansaço, bolhas nos pés, arranhões provocados pela caminhada entre matas e canaviais, até Cândido Mota.

Outros cinco foram indiciados por roubo qualificado, formação de quadrilha porte ilegal de arma

Comandante do batalhão e delegado seccional destacam parceria

Tenente Coronel PM Matias e o delegado Seccional Fernando Quinteiro durante coletiva a imprensa

Por volta das 3 horas da madrugada de sábado os órgãos de comunicação foram avisados pela Delegacia de Investigações Gerais (DIG) sobre o roubo, e que, os primeiros assaltantes estavam na delegacia.

Houve grande mobilização de toda a mídia no local, onde se concentravam as vítimas do assalto, os indiciados e seus parentes, policiais civis e militares Foi marcada uma entrevista para as 11 horas, que acabou sendo realizada por volta das 12h30, com a presença maciça dos órgãos de comunicação de Assis e região.

Participaram da coletiva o comandante do 32º Batalhão da Polícia Militar do Interior/Assis, tenente-coronel PM Matias e o delegado seccional de Polícia Civil/Assis, Luis Fernando Quinteiro.

Ambos destacaram que a prisão dos assaltantes só foi possível devido à parceria das duas polícias, que trabalharam incansavelmente, levantando dados, trocando informações e efetuando diligências por toda a região.

O tenente-coronel lamentou a participação de policiais no crime e afirmou que a PM é implacável e altamente legalista com aqueles policiais que cometam qualquer que seja a infração.

Ambas as polícias prosseguem com investigações e diligências com vistas à prisão de mais um homem, recuperação do restante do valor roubado do banco e, talvez, mais armas.

Tanto a PM quanto a PC acreditam que a quadrilha tenha participado de vários roubos em Assis e região e pretendem, com essas prisões, esclarecer roubos pendentes de solução.

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