Jovem cadeirante de Borá realiza sonho ao conquistar carteira da OAB
A cerimônia aconteceu na Câmara Municipal de Paraguaçu Paulista e foram entregues 16 carteiras
Aconteceu na manhã desta quinta-feira, 28 de abril, na Câmara Municipal de Paraguaçu Paulista a cerimônia de entrega da carteira profissional da Ordem de Advogados do Brasil a 16 jovens advogados da 79ª subseção, entre eles a cadeirante, ex-aluna da Fundação Educacional do Munícipio de Assis (FEMA), Verônica Marconato.
A cerimônia foi conduzida pelo presidente da subseção da OAB de Paraguaçu Paulista, Douglas Amoyr Khenayfis Filho, e compuseram a mesa de honra o presidente da Câmara de Vereadores José Roberto Baptista Junior o delegado de Polícia Civil Thiago Bergamo Martins, o presidente da Comissão do Jovem Advogado Caio César Amaral e o prefeito Municipal Antonio Takashi Sasada.
O presidente da OAB explicou a importância e a finalidade da Ordem: "Desde a sua criação, os advogados lutam pela consolidação dos valores sociais brasileiros e a Ordem tem a finalidade de defender a constituição federal, a ordem geral, a justiça social e os direitos humanos", afirma.
Foram entregues 16 carteiras e destas 9 foram repassadas a advogados, alunos e ex-alunos do curso de Direito da FEMA e a uma advogada paraplégica que superou os desafios da deficiência.
História de superação
Entre os novos ordenados está a jovem Verônica Marconato de 27 anos, moradora da cidade de Borá que é exemplo de superação a todas as pessoas que, por apresentarem uma deficiência, poderiam desistir de fazer uma faculdade e exercer uma profissão com diplomacia, ética e em condição de igualdade com os colegas de trabalho.
Verônica muito jovem ainda, aos 24 anos, sofreu um acidente grave, que colocou sua vida de cabeça para baixo, e a deixou paraplégica.
"Tive traumatismo raquimedular, quebrei a vértebra T6 e fiquei mais de 20 dias internada, quando recebi o diagnóstico de paraplegia não imaginava a proporção dos desafios que enfrentaria. Não bastando a lesão, tive que realizar a reabilitação na pior época que a sociedade mundial viva, a Pandemia", comentou.
Segundo a Advogada, ela via dificuldade em todos os sentidos e não tinha noção do que era ser cadeirante, e com isso teve que aprender do zero a exercer a tão desejada profissão.
"O medo é o maior limitador do ser humano, é ele quem nos assombra e constantemente nos atrapalha. O momento é também de lutar contra os nossos medos e não deixar que ele tome conta das nossas ações e pensamentos", disse.
Atualmente Verônica é Advogada especialista em Direitos das PcD's e contou, que hoje exerce a profissão com muito brilho nos olhos, com entusiasmo, vontade e dedicação.
"Hoje comecei a ter um olhar de possibilidades, e não só de dificuldades, faço parte de um grupo que busca por inclusão social, e advogar pela luta dos direitos das pessoas com deficiência tem se tornado uma verdadeira extensão natural de quem eu sou", concluiu.