Cândido Mota: a cidade que tem praticamente uma bicicleta em cada residência comemora 98 anos
Frei Décio Pacheco Bezerra faz homenagem ao cândido-motenses
26 de outubro é dia de festa em Cândido Mota, que há 98 anos deixou de ser "Vila de Cândido Mota", ou "Distrito de Cândido Mota", pertencente ao Município de Assis, e passou a figurar no Estado de São Paulo como Município de Cândido Mota.
Daí, a terra roxa, produtiva, foi ganhando força na agricultura, com destaque para as culturas de soja, trigo, cana-de-açúcar e milho, alcançando hoje lugar primordial no campo industrial de farinha, fécula de mandioca, bebidas e movelaria.
Com o passar dos anos, o Município de Cândido Mota passou a ter três distritos: Frutal do Campo, Nova Alexandria e Santo Antonio do Paranapanema, conhecido como Porto Almeida, refúgio para aqueles que buscam a paz e a tranqüilidade às margens do Rio Paranapanema.
Cândido Mota conta com uma hospitaleira população de 31.346 habitantes que anualmente recebe visitantes de cidades do Vale do Paranapanema e de várias regiões do Estado de são Paulo e do Brasil para o renomado e um dos mais famosos eventos da região, o "Rodeio Gigante Vermelho", que movimenta a cidade, inclui montaria, shows, boate, parque de diversão, exposição e praça da alimentação, além do tradicional concurso de Rainha do Rodeio.
Nesses quatros dias, a cidade que se orgulha em ter em cada residência uma bicicleta, vive momentos de euforia e muita expectativa para saber quem é o peão que vai ter o aplauso e preferência do público.
Passados os quatro dias, a cidade volta a pedalar, seja para ir ao trabalho, à escola, aos passeios e até mesmo em competições que são constantemente realizadas pelos amantes do pedal. Tudo isso favorecido pela topografia do Município.
Como homenagem aos 98 anos de Cândido Mota e aos cândido-motentes, Frei Décio Pacheco Bezerra, escreveu:
"Deus habita esta cidade" (Salmo 47,9)
Estimados cândido-motenses, estamos comemorando 98 anos da nossa querida cidade e, em meio às alegrias da festividade, não podemos deixar de refletir sobre os desafios do nosso tempo, marcado pela crise ecológica e por graves desequilíbrios políticos, econômicos e sociais que foram agravados pela pandemia; é tempo, como nunca antes, de vivermos profundamente uma 'fraternidade cidadã' baseada no amor caritativo que nos leve a compadecer-nos dos sofrimentos do outro, aproximar-nos e cuidar dele.
Apesar dessa noite escura e desse tempo de incertezas, surgem luzes de esperança tais como a descoberta das vacinas e, em nossa cidade, a rápida vacinação e consequente imunização. As nossas vidas, que foram tomadas pelo frio do distanciamento, vislumbram um gradativo retorno do calor dos nossos encontros; as nossas igrejas estão ecoando mais louvores, sorrisos e hinos; as nossas ruas e calçadas estão mais alegres de conversas; as nossas escolas voltam a ecoar sons pueris. Embora já tocados pelos primeiros raios de sol desse novo alvorecer, ainda vivemos a dor do luto por tantos cândido-motenses que perderam as suas vidas prematuramente; a eles e aos seus familiares, elevamos uma prece especial e prestamos a nossa solidariedade.
Essa é a fraternidade cidadã, manifestada através da empatia, do respeito e do cuidado com o próximo! Vivendo-a, confiantes, podemos proclamar neste dia festivo que "Deus habita esta cidade" (Sl 47,9) e entoar com o salmista esse hino de júbilo e louvor a Deus pela vitória e proteção do Seu povo em todas as suas angústias. Se "Deus habita esta cidade", todos aqueles e aquelas que têm fé também têm uma missão: fazer todo o possível para que Cândido Mota se torne sempre mais digna de Deus e dos seus filhos e filhas, superando aquilo que não condiz com essa presença santa. Na 'casa de Deus', todos são filhos e filhas do mesmo Pai, independente da sua condição econômica, estrutura familiar, orientação político partidária ou profissão de fé.
Felicito-os, por fim, meus irmãos e irmãs cândido-motenses, com a bênção do nosso querido Papa Francisco em sua saudação 'Urbi et Orbi' deste ano: "Neste dia de festa, dirijo uma saudação particular a todas as pessoas que não se deixam subjugar pelas circunstâncias adversas, mas esforçam-se por levar esperança, consolação e ajuda, socorrendo quem sofre e acompanhando quem está sozinho".
Em nome dos Frades Menores Capuchinhos, que também habitam esta cidade, e de toda a comunidade católica, parabenizamos aos cândido-motenses, desejando que desçam sobre todas as famílias copiosas bênçãos do céu e, assim, estejamos, hoje e sempre, na plenitude da presença de Deus, que habita essa cidade!