Tonicão: um jovem senhor de 31 anos
O nome Antonio Viana Silva foi dado em homenagem ao ex-prefeito assisense da década de 1950
Fernando Nascimento
- 25/04/23
- 11:00
- Atualizado há 82 semanas
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Uma das melhores coisas já inventadas é o esporte. Histórias de amor ou ódio, alegria ou tristeza, vitória ou derrota, são fartas. É praticamente impossível alguém não ter ligação, ainda que afetiva, com alguma atividade esportiva.
Assis tem muitas histórias com o esporte, e obviamente contaremos algumas por aqui. No capítulo de hoje, falaremos da paixão (?) nacional, o futebol. Mais especificamente, de um dos palcos da modalidade por aqui: nosso querido Estádio Antônio Viana Silva.
Entre as décadas de 80 e 90, o poder público ansiava por uma nova casa para o futebol da cidade, e o projeto era a construção de um novo estádio, mais amplo e que o antigo Marcelino de Souza, e apto a receber jogos profissionais.
As obras foram concluídas no início dos anos 90 e, em uma ensolarada tarde de quarta-feira, no dia 18 de março de 1992, aconteceu a tão sonhada inauguração.
Ponto facultativo na cidade, foi um momento especial para nosso futebol, com a presença do Sport Club Corinthians Paulista, em partida amistosa contra a equipe do VOCEM (logo falaremos deles). São-paulino que sou, me lembro de como os colegas tricolores e palmeirenses ficaram com uma certa inveja da presença do rival em nossa cidade.
Mas tudo era festa, estádio lotado, com torcedores de toda a região, transmissão ao vivo pela TV Bandeirantes, equipe corintiana titular, com um time do VOCEM voltando ao futebol profissional após dois anos. Pontapé inicial dado pelo Padre Aloísio Bellini, certamente realizando um sonho.
O primeiro gol do estádio foi marcado pelo volante Ezequiel, e a partida terminou com o placar de 4X1 para o time da capital. Uma verdadeira festa do interior, nas palavras do narrador Alexandre Santos, com mais de 14 mil presentes nas arquibancadas, morros, muros, árvores, e até mesmo do outro lado do Buracão, que também permitia uma visão do campo.
O estádio não sediou apenas partidas de futebol do VOCEM. Palco de modalidades de atletismo, de cerimônias de aberturas de Jogos Regionais, e partidas amadoras e de categorias de base, também foi a casa do Clube Atlético Assisense e sede de jogos da Copa São Paulo de Futebol Júnior, a querida Copinha.
Entre 2021 e 2022, o local passou pelas maiores reformas desde a sua inauguração, com adequação dos os banheiros, vestiários, cabines de imprensa, pintura das arquibancadas com a numeração, banco de reservas, além da pista de atletismo que contou com a revitalização das raias, área de lançamento de dardo e disco.
No ano passado, foi inaugurada a cobertura parcial da arquibancada do setor leste do estádio, que poderá acomodar até 1.800 torcedores, com mais conforto e tranquilidade. A capacidade total é de cerca de 8.500 espectadores sentados. Na mesma época, foi inaugurada a "Areninha Tonicão", ao lado do estádio, com um campo sintético medindo 30m x 15m e quadra oficial de basquete 3x3.
O nome Antonio Viana Silva foi dado em homenagem ao ex-prefeito assisense da década de 1950. Mas, como a maioria dos estádios-raiz Brasil afora, apelidos são mais fáceis de guardar, assim como nosso Tonicão.
Hoje, o estádio é casa do VOCEM/Assisense, uma inédita união entre os dois times profissionais da cidade. Antes rivais, hoje uma só equipe, em busca do tão sonhado acesso à série A3 do futebol paulista. Quem sabe, num futuro próximo, voltemos a ter grandes times desfilando no gramado da Vila Operária. E já largamos bem, com uma vitória por 2X1, na estreia da Segunda Divisão no último domingo, contra a equipe da Penapolense.
No próximo domingo, a partir das 10 horas, o Tonicão abrigará o Jogo das Estrelas, entre a Seleção de Assis e a Seleção Masters de Craques, composta por grandes ídolos do futebol brasileiro. A entrada será 1 quilo de alimento não perecível, e toda a arrecadação será entregue ao Fundo Social de Solidariedade, para ser destinada às famílias em situação de vulnerabilidade social.
Mais um gol de placa!
Aliás, falando em gol de placa, já marquei um raríssimo tento de falta, no gol de fundo do Tonicão, em minha época de jovem jogador nos campeonatos escolares da vida. Orgulho de dizer que consegui o que o Neto não fez (risos).
Qual a sua história com o Tonicão?