Tamanduá é atropelado no Jardim Rezende em Assis e expõe os riscos do avanço urbano e das queimadas
Animal foi visto próximo a Rodovia Manílio Gobbi já sem vida ainda durante o dia; Polícia Ambiental alerta sobre o que fazer quando animais silvestres forem avistados
Redação AssisCity
- 18/10/24
- 10:00
- Atualizado há 9 semanas
Na noite de ontem, quinta-feira, 17 de outubro, às 22h30, um tamanduá-mirim foi resgatado pelo Corpo de Bombeiros na Vila Nova Santana, em Assis. O animal foi encaminhado para a Associação Protetora dos Animais Silvestres de Assis (APASS), onde receberá os cuidados necessários. No entanto, outro tamanduá-mirim não teve a mesma sorte e foi encontrado atropelado na Rodovia Manílio Gobbi ainda durante o dia, próximo ao Jardim Rezende, zona rural do município.
O tamanduá atropelado, um macho, foi localizado por um morador da região, que se deparou com o animal deitado às margens da rodovia. Em entrevista ao Portal AssisCity, o morador destacou que a presença de animais silvestres na área é comum, mas lamentou o ocorrido: "Vários animais, como onça-parda, guaxinim, lontra, quatis e macacos já foram vistos, mas um tamanduá-mirim é uma surpresa. Triste pelo fim trágico", relatou.
Avistamento de animais silvestres na cidade
O aumento no número de avistamentos de animais silvestres em áreas urbanas e rodovias tem preocupado as autoridades locais. De acordo com o 1º Sgt PM Douglas Alves, da Base Operacional de Assis do 2º Pelotão da 4ª Companhia de Polícia Militar Ambiental, o avanço urbano é um dos principais fatores para essa presença mais frequente dos animais.
"Infelizmente, o progresso tem avançado mais rápido do que o esperado. Ações mitigadoras, como o isolamento das faixas de domínio nas rodovias administradas por concessionárias, têm ajudado, mas ainda não são suficientes. Temos uma estação ecológica e uma floresta estadual com uma área considerável, e esses habitats estão muito próximos à área urbana", explicou o sargento Alves.
Outro fator significativo é o elevado número de queimadas que vem ocorrendo na região. Esses incêndios não apenas reduzem a disponibilidade de habitat natural, mas também forçam os animais a buscar refúgio em áreas urbanas, aumentando assim as chances de interação com seres humanos e o risco de acidentes, como atropelamentos.
O sargento ainda destacou que a colaboração da população é fundamental para reduzir o impacto na fauna. "Ao avistar um animal em situação de risco, é fundamental que se ligue para a Polícia Ambiental ou para o Corpo de Bombeiros, para que seja realizada a captura e a soltura segura no habitat natural do animal", alertou.
O que fazer ao avistar um animal silvestre?
As autoridades reforçam que, em caso de avistamento de animais silvestres em áreas urbanas, as pessoas não devem tentar se aproximar ou capturar o animal por conta própria, pois ele pode reagir de forma agressiva. A orientação é contatar a Polícia Ambiental ou o Corpo de Bombeiros, para que profissionais capacitados realizem o resgate de forma segura.
Os números para contato são: Polícia Ambiental - (18) 3302-3450 e (14) 3592-1200 (24h), ou Corpo de Bombeiros pelo telefone 193.
Em caso de aves feridas, se a pessoa se sentir segura, é permitido realizar a contenção do animal e encaminhá-lo à Polícia Ambiental.
Características do tamanduá-mirim
Nome comum: Tamanduá-mirim ou tamanduá-de-colete
Habitat: Adaptado tanto para a vida em árvores quanto no solo, presente em todos os biomas do Brasil
Origem do nome: "Tamanduá-mirim" significa "tamanduá pequeno" em tupi, e o nome "colete" refere-se ao desenho em sua pelagem
Tamanho: Corpo de 47 a 77 cm de comprimento; cauda de 40 a 68 cm
Peso: Varia entre 5 e 7 kg; machos geralmente maiores que as fêmeas
Pelagem: Amarelo-pálida com duas listras pretas, dando a impressão de que o animal está usando um colete
Garras: Afiadas nos membros dianteiros, utilizadas principalmente para capturar cupins, formigas, mel e abelhas
Língua: Pode atingir até 40 cm de comprimento, usada para capturar alimentos como formigas e cupins
Dieta: Basicamente composta de cupins, formigas, mel e abelhas; o alimento é ingerido inteiro e triturado no estômago, semelhante à moela de aves
Comportamento: Vive tanto no chão quanto em árvores; descansa em troncos ocos, tocas de tatus ou outras cavidades naturais
Defesa: Quando ameaçado, senta sobre os membros traseiros e abre os braços em forma de cruz para parecer maior e intimidar predadores
Ameaças: Atropelamentos, incêndios florestais, perda de habitat pela urbanização, caça e conflitos com animais domésticos