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Mulheres que ajudaram a levar o nome de Assis para o mundo: As Galvão

Por Fernando Nascimento

  • 11/03/23
  • 11:00
  • Atualizado há 88 semanas

7/118

Para contarmos Uma História de Amor em 118 capítulos, não poderíamos deixar de falar de duas cidadãs assisenses, homenageadas com o título pela Câmara Municipal da cidade, em 2003.

Filhas da região (nascidas respectivamente em Ourinhos e Palmital), Mary Zuil Galvão e Marilene Galvão mudaram-se, ainda bebês, com seus pais, para Sapezal, distrito de Paraguaçu Paulista.

Em 1946, Mary, com seis anos, alegrava festinhas e serestas familiares, participando das rodas de música com os adultos. Diante do talento precoce da garotinha, seu pai Bertholdo Galvão é estimulado a levá-la a se apresentar na Rádio Marconi, em Paraguaçu, num programa transmitido aos domingos. Certa ocasião, no ensaio, Marilene, a mais nova, "se intromete" a cantar uma canção junto com a irmã, para não mais pararam, por 74 anos. Nascia, assim, uma das maiores duplas sertanejas femininas do Brasil: as Irmãs Galvão.

AssisCity - Irmãs Galvão - Foto: Reprodução/Internet
Irmãs Galvão - Foto: Reprodução/Internet

No ano seguinte o pai, alfaiate, recebe uma oferta para trabalhar em uma alfaiataria na vizinha Assis. No entanto, tão importante quanto trabalhar, seria morar em um lugar estratégico, próximo à Rádio Difusora, que já possuía um grande alcance regional.

Durante um ano e meio, as garotinhas se apresentaram no programa "Pingo de Gente", de Cláudio de Campos. O pontapé da carreira profissional.

Nova mudança familiar, novamente por motivos profissionais, desta vez para a recém-criada cidade de Maringá/PR. Pouco mais de um ano de apresentações na Rádio Cultura, uma terceira, e definitiva, mudança, para São Paulo, em busca da carreira artística das meninas.

Antes de rumarem para a cidade grande, Seo Galvão resolveu promover uma última apresentação no programa Pingo de Gente, em Assis, que marcou a volta da dupla à cidade, e também a despedida e a partida, anunciada durante a programação.

Seguiram-se muitos anos de sucesso, gravações de compactos, LPS, CDs, apresentações com grandes nomes da MPB, participações especiais e programas de televisão. Em 1997, show em no Parque da Água Branca, na capital paulista, reúne milhares de pessoas para a comemoração de 50 anos de carreira da dupla.

Já com novo nome artístico, sugerido pela numerologia, As Galvão gravaram um DVD, em 2006, no qual fizeram uma singela homenagem a Assis: a inclusão de uma música ouvida por um familiar músico, na antiga estação rodoviária daqui, "uma modinha louca", nas palavras de Mary. De domínio público, assim eram os versos:

"Fui passiá em assir, era o mês de abrir, vi muita coisa bonita como nunca vir, mocinha dengosa que nem colibir, descia pra baixo tornava a subir, peguei na violinha e riquitir tir tir".

Sucesso absoluto, cantada em todos os shows posteriores.

A carreira perdurou até 2021, chegando ao fim com a doença (Alzheimer) de Marilene, que faleceu em 2022.

32 discos, 30 prêmios, quase uma dezena de honrarias, vozes inesquecíveis e talentosas, e uma linda história, que ajudou a divulgar Assis em todos os lugares.

Você já cantou "que beijinho doce", ou outras canções entoadas por As Galvão?

Qual parte da história de Assis contaremos amanhã?

As informações do texto são de uma deliciosa leitura do livro "Assis de AaZ", de Marcos Barrero.

Esse é um especial 'Assis 118 anos', contado diariamente.

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