"Minha filha está escondida, sem paz", diz mãe de jovem agredida pelo ex-marido

A mãe da jovem de 20 anos, brutalmente agredida pelo ex-marido durante uma festa em Assis, expressou sua indignação e desespero em entrevista ao Portal AssisCity na tarde desta terça-feira, 21 de outubro. Revoltada com a impunidade do agressor, que segue solto, ela relatou o medo e a angústia que vive ao lado da filha, enquanto o homem continua ameaçando e zombando da situação.

"Quem deveria estar escondido era ele, não é? Mas ele está aí, mandando mensagem, rindo, zombando e ameaçando. Ele mesmo disse que usou o soco inglês para bater em um rapaz e na minha filha", relatou a mãe. Apesar do ex-genro ter apagado as mensagens logo após enviá-las, ela contou que a filha conseguiu salvar os áudios em que ele confessa as agressões. "E ela é quem precisa ficar escondida, com medo."

O ataque ocorreu na noite de sábado, 19 de outubro, durante uma festa em Assis, após a jovem recusar uma tentativa de reconciliação. Em uma área próxima ao banheiro do evento, o ex-marido a agrediu com um soco no rosto, causando um ferimento grave. A vítima, que desmaiou e foi socorrida no local, precisou levar 12 pontos no rosto. Segundo a mãe, o golpe poderia ter sido fatal: "Ele tentou matá-la, não há outra justificativa. Se o golpe fosse um pouco mais forte, poderia ter deixado ela cega ou até mesmo morta", contou.

A mãe não esconde sua frustração com a lentidão do sistema judicial e teme que sua filha seja vítima de um crime ainda mais grave. "Estamos esperando. Depois que ele matar ela talvez a justiça faça alguma coisa. Tenho a impressão de que a justiça demora demais, muitas vezes espera a pessoa morrer. Quando ele encontrar ela de novo, quem me garante que não vai ser para matar de vez?", questiona. Ela ainda reforçou o impacto emocional que essa situação tem causado na família: "Nós não estamos dormindo, não estamos descansando, estamos só esperando o pior acontecer".

Além desse episódio, a mãe revelou que a violência não é recente. O casal, que tem um filho de 1 ano e 9 meses, estava separado há dois meses, após um relacionamento marcado por agressões físicas, verbais e psicológicas. "Ele já atropelou ela de moto, bateu nela várias vezes, e agora fez isso. A justiça precisa agir antes que seja tarde demais", afirmou a mãe, clamando por justiça.

Ela também compartilhou a preocupação constante que sente pela filha, que vive sob o medo de novas agressões: "Minha filha está escondida, sem paz. Nós vivemos com a sensação de que algo pior pode acontecer a qualquer momento", revelou.

Apesar de tudo, a mãe deixou uma mensagem para outras famílias que possam estar passando por uma situação semelhante: "Não desistam de lutar, denunciem. Nós vivemos com medo, mas o silêncio é ainda mais perigoso. A justiça demora, mas é importante continuar lutando."

O caso foi registrado na 2ª Delegacia de Polícia Civil de Assis e encaminhado à Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), onde um inquérito foi aberto para investigar o agressor por lesão corporal e descumprimento de medida protetiva. Na tarde de ontem, 21 de outubro, a jovem foi intimada para prestar depoimento e realizar exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) de Assis, onde ficou comprovado as agressões. No entanto, até o momento, o ex-marido não foi localizado.

O Portal AssisCity segue acompanhando o caso e trará mais atualizações a qualquer momento.

Confira na integra a nota enviada pelos advogados do ex-marido ao Portal AssisCity, às 23h31 desta terça-feira, 22 de outubro.

"Nós do Alves & Vanzella Advogados Associados, defensores do indiciado cientificamos a todos que a defesa técnica, irá buscar demonstras as reais condições e circunstâncias dos fatos, pois existem inconsistências nas informações ventiladas, portando em momento oportuno o indiciado acompanhado por seus patronos irá expor sua versão dos fatos, valendose do preceito constitucional do contraditório e ampla defesa, art. 5° inciso LV, da Constituição da República Federativa do Brasil, pois sem efetividade deste entendimento principiológico não há de se falar em equidade no meio judicial. A defesa técnica irá buscar idealizar no transcorrer da persecução penal o preceito da proporcionalidade, art. 5° inciso XLVI, da Constituição da República Federativa do Brasil, ou seja, se realmente existiu algum delito praticado pelo indiciado, que seja eventual sansão na medida de sua culpabilidade", diz a nota.