Jovem leva 12 pontos após ser brutalmente agredida no rosto pelo ex-marido em festa em Assis
"[estou] com medo dele aparecer a qualquer momento e tentar me matar" - contou a jovem vítima ao Portal AssisCity; Agressão pode ter sido cometida com o uso de um soco inglês
Redação AssisCity
- 21/10/24
- 17:00
- Atualizado há 9 semanas
Na noite do último sábado, dia 19 de outubro, uma jovem de 20 anos, foi agredida durante uma festa em Assis, após recusar a tentativa de reconciliação de seu ex-marido, também de 20 anos. A agressão aconteceu em uma área próxima ao banheiro do evento, onde a vítima estava acompanhada de uma amiga.
Durante a manhã desta segunda-feira, 21 de outubro, a jovem procurou o Portal AssisCity como uma forma de alertar as autoridades e suplicar por ajuda. Segundo o relato da vítima, enquanto conversava com sua amiga, um conhecido informou que o ex-parceiro queria reatar o relacionamento, ao que ela respondeu que não tinha interesse. Insatisfeito com a recusa, o ex resolveu tirar satisfação com a garota e, após uma discussão, desferiu um golpe no rosto da jovem. "A dor foi tão forte que coloquei a mão no rosto, e quando tirei, começou a jorrar sangue. Desmaiei e, ao acordar, já tinha uma socorrista ao meu lado", contou à nossa redação.
A jovem recebeu os primeiros socorros ainda no local e foi encaminhada à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) pela Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). Já na UPA, ela precisou levar 12 pontos no rosto devido à gravidade do ferimento, que, segundo a equipe médica, foi causado possivelmente por um soco inglês. "Ele colocou a mão no bolso antes de me bater, mas jamais imaginei que ele seria capaz dessa maldade. Achei que fosse um copo", disse a vítima.
Desde a agressão, o ex-marido ainda não foi localizado. Em entrevista, a mãe da vítima reforça que essa não é a primeira vez que ele agride a filha. "Ele já atropelou ela de moto, bateu nela várias vezes, e agora, fez isso. Ele tentou matá-la. Se o golpe fosse um pouco mais forte, poderia ter deixado ela cega ou até mesmo em um estado mais grave", afirmou a mãe, pedindo por justiça e pela prisão do agressor.
De acordo com o boletim de ocorrência, o casal teve um relacionamento de quatro anos e estão separados há dois meses. Desta relação, eles tiveram um filho de 1 ano e 9 meses. Marcada por agressões físicas, verbais e psicológica, a vítima relatou ao Portal AssisCity que já havia denunciado o ex-marido anteriormente. "Eu me sinto mal sabendo que ele está solto, com medo de ele aparecer a qualquer momento e tentar me matar", desabafou a mulher.
O caso foi registrado na 2º Departamento de Polícia Civil de Assis durante o final de semana e seguiu na manhã desta segunda-feira, dia 21 de outubro, para a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM). Um inquérito foi aberto para investigar o agressor por crime de lesão corporal e por descumprimento de medida protetiva de urgência. Segundo a vítima, ela possui 5 medidas protetivas contra o ex-marido.
A violência contra a mulher no Brasil
O caso registrado em Assis reflete uma realidade sombria enfrentada por mulheres no Brasil. De acordo com o Observatório da Mulher Contra a Violência, em 2023, ao menos oito mulheres foram vítimas de violência doméstica a cada 24 horas. A violência contra a mulher no país atinge números alarmantes:
- A cada 10 minutos, uma menina ou mulher é estuprada.
- A cada hora, 26 mulheres sofrem agressão física.
- A cada dia, três mulheres são vítimas de feminicídio.
- A cada dois dias, uma travesti ou mulher trans é assassinada.
Além disso, 80% das brasileiras já sofreram algum tipo de violência doméstica ou familiar, sendo que, em 52% dos casos, o agressor era marido ou companheiro. Esses números são reforçados pela Pesquisa Nacional de Violência Contra a Mulher, que revela que 68% das brasileiras estão diretamente afetadas por essa realidade, seja por meio de agressões pessoais ou de casos envolvendo amigas e familiares.
Apenas 61% dos casos de violência doméstica chegam a ser denunciados, o que agrava ainda mais o ciclo de violência. As agressões cometidas pelo o agressor da jovem assisense se enquadram nos tipos de violência física e psicológica previstos pela Lei Maria da Penha, que também contempla violência moral, sexual e patrimonial.
Como denunciar
Mulheres que enfrentam situações de violência podem recorrer às Delegacias de Defesa da Mulher (DDM), que oferecem atendimento especializado e suporte. Em Assis, a DDM fica localizada na R. José Severino dos Santos, 165 - Vila Fiuza.
No estado de São Paulo, há também a DDM Online e as Salas DDM 24h em plantões policiais. As denúncias podem ser feitas pelo telefone 180, disponível 24 horas, em todo o Brasil.