"Foi Criminoso", diz advogado sobre morte de Thiago Maranhão na Água do Barreiro
Polícia aguarda realização de diligência requisitada ao Instituto de Criminalística para concluir inquérito
O laudo do Instituto Médico Legal e o laudo da Polícia Científica apontam a morte de Thiago Aparecido da Silva Oliveira, 38 anos, conhecido como "Thiago Maranhão", como tendo sido provocada por agente cortante.
Ele morreu em julho de 2020 em um acidente de motocicleta na estrada rural da Água do Barreiro entre Assis e Platina.
O advogado da família de Thiago, Valdir Carlos Junior, explica que o laudo do IML acusa como causa da morte decapitação causada por agente cortante e o laudo da Polícia Científica aponta que não é descartada a hipótese do acidente ter sido causado por arame amarrado de uma cerca a outra da estrada.
"Os dois laudos evidenciaram a possível decapitação e morte de Thiago em decorrência de arame amarrado, o que evidencia que não foi um acidente", garante o advogado.
Valdir conta ainda que testemunhas ouvidas relataram que no local em que ocorreu o acidente há como prática o estiramento de arames na estrada para a realização de manejo de gado, e que, conforme constou nos laudos, existiam marcas recentes de manejo de gado no dia do acidente. Destaca, ainda, divergências entre depoimentos iniciais e a conclusão do laudo.
"Em seus depoimentos iniciais as primeiras pessoas que tiveram contato com a vítima alegaram que teriam encontrado o corpo de Thiago, e que ele havia caído da moto e batido a cabeça na cerca, o que teria ocasionado sua decapitação. Porém, a informação difere do que dizem as análises periciais e demonstra, inclusive, a ocultação de provas já que o objeto cortante não foi encontrado no local, e também houve alteração na posição do corpo da vítima", ressalta.
Ressalta, ainda, que as mesmas pessoas que disseram se tratar de um acidente em seus depoimentos, são as mesmas que realizam o manejo de gado naquele local, segundo testemunhas.
"Aguardamos a conclusão dos trabalhos policiais sobre o caso, mas reforçamos que não foi uma mera fatalidade, foi criminoso", considera.
O delegado Seccional de Assis, Carlos Ricardo Fracasso, diz que é aguardada a realização de uma diligência requisitada ao Instituto de Criminalística, que ainda não foi realizada em razão da pandemia.
"O caso é tratado à princípio como homicídio culposo. Se alguém será ou não indiciado ficará sob responsabilidade do delegado que preside o inquérito, ao término das investigações", ressaltou.