Especialista de Assis alerta para o aumento de mortes no trânsito em todo o Estado de São Paulo
Em comparação com os últimos três anos, o crescimento de mortes no trânsito foi de 33%
Redação AssisCity
- 24/07/24
- 08:00
- Atualizado há 14 semanas
O aumento no número de mortes no trânsito em todo o Estado de São Paulo tem preocupado muitos especialistas em segurança no trânsito. Só nos primeiros quatro meses de 2024, o número de mortes no trânsito aumentou 12% em comparação ao mesmo período de 2023, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP). Em 2023, foram registradas 1.131 mortes classificadas como homicídios culposos, quando não há intenção de matar. Já neste ano, o número subiu para 1.268, de acordo com os dados divulgados até abril.
Na comparação com os últimos três anos, o crescimento das mortes no trânsito foi ainda mais alarmante, com um aumento de 33%. Em 2021, foram registradas 954 mortes, resultando em uma alta de 314 óbitos em três anos. Os meses de março e abril têm sido os mais mortais nos últimos quatro anos analisados.
Segundo André Ferreira, Observador Certificado do Observatório Nacional de Segurança Viária, de Assis, a maioria das vítimas fatais são motociclistas com idades entre 18 a 24 anos. Em 2024, foram registrados um total de 1.011 óbitos de motociclistas no estado de São Paulo. "Além dos homicídios no trânsito, o primeiro trimestre de 2024 foi o mais mortal para motociclistas desde 2015, quando começou a série histórica do Infosiga, plataforma de estatísticas de trânsito do governo de São Paulo. Na cidade de São Paulo, foram registrados 108 óbitos nos primeiros três meses do ano", explica André.
Mesmo com a implantação das chamadas faixa azuis exclusivas para a circulação de motociclistas em avenidas de São Paulo, o número de mortes aumentou, representando um crescimento de 25,5% em relação a 2023, quando foram registradas 86 mortes de motociclistas na capital.
O observador certificado destaca que, de acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (Lei nº 9.503/97), o trânsito em condições seguras é um direito de todos e dever dos órgãos e entidades componentes do Sistema Nacional de Trânsito. "A estes cabem, no âmbito de suas respectivas competências, adotar medidas destinadas a assegurar esse direito", disse.
Diante do cenário atual, e independentemente das responsabilidades federais, estaduais ou municipais, os condutores também precisam fazer sua parte. A maioria dos sinistros de trânsito poderia ser evitada com mudanças de comportamento dos condutores, pois, segundo estudos, 90% das ocorrências no trânsito são causadas por falhas humanas. Essas falhas incluem desde a desatenção dos condutores até o desrespeito à legislação. Exemplos comuns são o excesso de velocidade, uso do celular enquanto dirige, falta de equipamentos de segurança como cinto de segurança ou capacete, dirigir cansado e consumo de bebidas alcoólicas antes de dirigir.
"Agir de forma preventiva e responsável, evitando atitudes arriscadas como as citadas, é decisivo para reduzir sinistros e salvar vidas no trânsito", alerta André Ferreira.