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Dia do Maquinista: após 25 anos assisense declara 'eu amava meu trabalho'

José Luiz Chizzolini iniciou sua carreira como ajudante na estrada de ferro Sorocabana

Redação AssisCity

  • 20/10/22
  • 09:00
  • Atualizado há 114 semanas

"Eram muitas viagens, dias fora de casa, percursos longos, mas eu amava meu trabalho", é assim que o assisense José Luiz Chizzolini, de 75 anos, descreveu seu trabalho como maquinista de trem.

O dia 20 de outubro é dedicado aos profissionais que dedicam ou dedicaram suas vidas nos trilhos dos trens.

José contou ao Portal AssisCity que sua carreira começou em 1967, quando prestou um concurso para ajudante de maquinista, para trabalhar na famosa estrada de ferro Sorocabana.

"Fiquei um ano lá e em 1968 fui para um depósito em Mairinque, região metropolitana de Sorocaba, e fiz um estágio de 9 meses. Nesse período fui transferido para Presidente Prudente para trabalhar como ajudante", contou Chizzolini.

divulgação - José Luiz Chizzolini, maquinista ferroviário - Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal
José Luiz Chizzolini, maquinista ferroviário - Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal

Após dois anos o maquinista foi transferido para Assis, quando veio a oportunidade de prestar um novo concurso, agora para ser maquinista. "Prestei a prova, passei e fui fazer estágios em Sorocaba, Rio Claro e Botucatu, quando estava preparado voltei para Assis, agora como maquinista", relembrou.

Viagens longas

Os trens eram conhecidos por suas longas viagens e Chizzolini relembrou os longos percursos que enfrentava para levar cargas e passageiros.

"Eu trabalhei um tempo com manobra de formação de composição de trens, carregava soja, trigo e petróleo, mas então comecei a trabalhar como maquinista de passageiros fazendo trechos que saiam da Estação Ferroviária de Assis para Botucatu, Presidente Prudente e Presidente Epitácio.

divulgação - Trem comandado por José Luiz Chizzolini - Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal
Trem comandado por José Luiz Chizzolini - Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal

O maquinista conta que algumas viagens tinham velocidade de 45km/h, como o trecho que Presidente Prudente até Ourinhos. "Outros percursos variavam de 60km/h a 75 km/h, devido a um traçado mais novo das linhas, eram cerca de 18 a 24 horas de viagem, dependendo das escalas", explicou.

Apesar do tempo fora de casa e horas e horas nos trilhos, Chizzolini afirma que amava o que fazia. "Eu não escolheria outra carreira para mim seguir, fui ajudante, inspetor de condução e chefe dos maquinistas, me aposentei com 25 anos de trabalho e sou muito feliz por tudo que vivi", finalizou.

divulgação - José Luiz Chizzolini, 75 anos - Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal
José Luiz Chizzolini, 75 anos - Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal

A chega dos trilhos em Assis

De acordo com o livro Memória em Fotos, em comemoração aos 100 anos de Assis, escrito por Luis Carlos de Barros, na segunda década do século XX, atraídos pelo movimento do gado, que provinha do Mato Grosso, pela famosa estrada Boiadeiro, os dirigentes, da Estrada de Ferro sorocabana, resolveram alterar a rota dos trilhos, o que beneficiou Assis.

O antigo projeto previa um traçado, no qual ferrovia devia acompanhar o rio Paranapanema até o rio Tibagi. Em 1912 a empresa José Giorgi foi contratada pelo Governo do Estado de São Paulo para construir 500 quilômetros do prolongamento da Estrada Sorocabana.

José Giorgi, auxiliado por Pedro Garcez e Cezar Contrunci, construiu a linha que chegou em Assis e rumou até o porto Tibiriçá onde chegou em 1921.

Fator relevante além da data histórica da fundação de Assis, foi a recepção dos trilhos da estrada de ferro em 1914. A chegada dos trilhos e também a consequente privilegiada localização de Assis no traçado dessa ferrovia significaram o primeiro e consistente impulso do desenvolvimento histórico, socioeconômico e político da cidade no médio Vale do Paranapanema

A abertura oficial da estação ferroviária de Assis, com trilhos foi em 1915, ano em que também nasce a paroquia de Assis, fruto do desmembramento de campos novos.

divulgação - Abertura oficial da Estação Ferroviária de Assis, com trilhos, 1915 - Foto: Livro Memória em Fotos, Luís Barros
Abertura oficial da Estação Ferroviária de Assis, com trilhos, 1915 - Foto: Livro Memória em Fotos, Luís Barros

Esse impulso inicial repercutiu de pronto, e pela leia estadual N° 1496 de 30/11/1915 o povoado já passa a condição de Distrito de Paz, tudo isso gerou a criação do município de Assis em 20 de dezembro de 1917, mediante a lei estadual 1.581, ponto culminante para o crescimento da cidade que até então não passava de um núcleo com fortes traços de etnologia rural.

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