Conti/Assis: a cidade conhecida nacionalmente pelo esporte da bola laranja
Com a inauguração do GEMA, as modalidades de quadra começaram a ganhar ainda mais destaque, em especial, o basquete.
Fernando Nascimento
- 03/06/23
- 12:00
- Atualizado há 76 semanas
91/118
Série 18 anos de Assis
No capítulo de ontem, falamos sobre as duas praças esportivas indoor municipais de Assis: o Jairão e o GEMA. Ambas, em plenas atividades de reforma, e que logo estarão disponíveis para utilização. Mas, falar do Jairão, ativa as lembranças de milhares de torcedores (inclusive as minhas)... tardes e noites de lotação máxima, para aterrorizar (no bom sentido) os times adversários e empurrar o Conti/Assis, nosso inesquecível time de basquete.
E, falar do basquete assisense, é mergulhar em uma história que começou na década de 40. Já existiam algumas pessoas em Assis que trabalhavam não apenas com a bola laranja, mas outras modalidades como atletismo, vôlei e futebol. Algumas de forma amadora, outras já buscando o profissionalismo, a cidade já começava a despontar nos esportes.
Com a inauguração do GEMA, as modalidades de quadra começaram a ganhar ainda mais destaque, em especial, o basquete. Você sabe, mas nunca é demais lembrar que, uma tal Magic Paula jogou por aqui, quando juvenil. As categorias de base eram fortes, e muitos atletas se destacaram. E também treinadores. Um deles, Urubatan Lopes Paccini, o Uruba, após encerrar sua carreira como jogador.
Na década de 80, os jogos escolares tinham muito destaque. O nível das competições era alto e, consequentemente, alunos começaram a tornar-se atletas para a disputa de torneios "além da escola", como Juvenis, Jogos Regionais e Jogos Abertos.
Alguns anos depois, em 1994, Uruba dava início a um projeto de participação do basquete masculino em disputas das divisões de acesso. O primeiro acesso veio em 2002, com a equipe montada pela Autarquia Municipal de Esporte de Assis, atual Secretaria de Esportes Municipal de Assis, chamada de Assis Basket. O título do Campeonato Paulista da Série A-2, também proporcionou a criação de famosa parceria entre a Autarquia e a Casa di Conti. O AMEA/Conti/Assis, estreou na elite do estado em 2003.
O time rapidamente acumulou títulos, vencendo o Torneio Novo Milênio em 2004 e 2005. Neste mesmo ano de 2005, o técnico Marco Antônio Aga substituiu o Uruba e, em 2006, o projeto passou a ser tocado pelo recém-criado Clube Atlético Campestre de Assis, com suporte da Autarquia.
O ano marcou a primeira participação no Campeonato Brasileiro de Basquete, organizado pela CBB, chegando às quartas-de-final, e também a conquista do vice-campeonato paulista, temporada 06/07, perdendo a decisão, no último jogo contra Franca, com uma diferença de apenas 02 pontos. A série terminou em 3 a 2 para a tradicional equipe francana.
A hype causada pelo Conti/Assis era gigantesca. "Onde ficava a cidade de Assis daquele time do Conti", era apenas uma das perguntas que movimentavam o noticiário especializado. As transmissões da ESPN Brasil no Jairão demonstraram a grandeza do time e da torcida. Reportagens especiais eram frequentes, inclusive com ícones como José Trajano.
E não era apenas o time profissional. O Conti/Assis, em parceria com o poder público e outras entidades, mantinha escolinhas de basquete espelhadas pela cidade, fazendo com que crianças e jovens se interessassem ainda mais pela modalidade.
Na temporada seguinte, passaram por aqui nomes como Nezinho, Ricardo Probst, e a equipe terminou em terceiro lugar no paulista. As equipes de Assis, Araraquara, Bauru, Franca, Limeira, São José dos Campos, Pinheiros e Paulistano, da capital, não disputaram o campeonato brasileiro. Houve a disputa da Super Copa Brasil, na qual a equipe foi vice-campeã.
Junto a outros movimentos, como uma liga independente criada pelos jogadores Oscar, Hortência e Paula, 2008 marcou a criação da LNB (Liga Nacional de Basquete), organizadora do NBB (Novo Basquete Brasil, que passou a ser, com a chancela da CBB, o campeonato nacional de basquete. Foram 15 equipes fundadoras, entre elas o Clube Atlético Campestre.
O Conti/Assis disputou as três primeiras edições do torneio. Nossa cidade era a menor em população de todas as participantes do torneio, motivo de orgulho. Na temporada 08/09, o time ficou com a 11ª posição; em 09/10, ficou com a 9ª colocação e, em 11/10, com a 15ª colocação.
Durante este período no NBB, a Conti deixou de ser patrocinador master da equipe. Mas, a parceria, capitaneada pelo Gersinho Conti, foi um marco na história esportiva da cidade.
O basquete não parou na cidade. A chama continuou acesa. Equipes de base, formadas apenas com jogadores da cidade, conquistavam resultados expressivos e formavam a espinha dorsal para a volta às competições maiores. Novamente com o apoio, agora da Conti Cola, a equipe passou a ser VOCEM/Conti Cola/Assis, numa parceria especial com o VOCEM.
Em 2016, foi campeão do Campeonato Paulista Aberto (um torneio que mesclava equipes da primeira e segunda divisão). A conquista deu direito ao Assis em voltar para elite, mas o time não reuniu o montante necessário para jogar o Paulista do ano seguinte. Em 2019, o Conti Cola/Assis venceu o Campeonato Paulista da 1.ª Divisão (divisão de acesso), mas a equipe novamente não conseguiu reunir o aporte financeiro necessário para disputar a divisão de elite paulista.
A união entre jogadores do time e entusiastas do esporte da cidade, de diversas áreas, fundou a Associação Novo Basquete de Assis, em parceria com a Secretaria Municipal de Esportes de Assis, passou a administrar o time, chamado de Basquete Assis. A ideia é retornar à elite, pela quadra. A pandemia de covid-19 frustrou momentaneamente estes planos mas, a esperança é que em breve, novamente tenhamos casa cheia para disputar os maiores campeonatos do país.
Outra forma de movimentar o basquete por aqui tem sido a NB3, o Basquete 3x3. Filiada à Liga ANB, Assis possui vários pólos para a prática da modalidade: na Darcy Ribeiro, na CECAP, no parque Buracão, no parque Angelo Seola, na Lourdes Pereira, na Carolina Burali, na Casa da Criança e na Praça da Prudenciana. As atividades são gratuitas.
Vida longa ao Basquete de Assis.
Ficou com saudades?