Bailarina assisense é voluntária na Índia e ensina balé para crianças do Rajastão
Victoria Mathias Santos, de 23 anos, combina arte e propósito em uma experiência única na Índia
Redação AssisCity
- 10/12/24
- 10:00
- Atualizado há 2 semanas
A bailarina e professora Victoria Mathias Santos, de 23 anos, filha de Silvia Helena Mathias e do vereador Nivaldo dos Santos, nascida em Assis, embarcou em uma jornada de transformação ao aceitar o convite para um trabalho missionário de ensinar dança na Índia. Desde julho de 2024, ela vive em Jaipur, no estado do Rajastão, onde desempenha um papel especial ao introduzir o balé clássico em uma região onde a arte é pouco conhecida.
Formada em Biomedicina pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), Victoria construiu sua trajetória artística com dedicação e paixão. Sua história com a dança começou aos 7 anos, no Teatro Municipal de Assis, por meio do projeto "Assis Tá Arte". Desde então, ela passou por projetos como o Renovo e a Dons Escola de Artes, além de integrar a Companhia Ballet Magnificat! Brasil, em Curitiba. Sua formação artística foi complementada por experiências em ginástica rítmica e circo, ampliando suas habilidades e a conexão com diferentes formas de expressão.
O desafio cultural e artístico na Índia
Victoria descreve sua chegada à Índia como um choque cultural. "Tudo aqui é muito diferente do Brasil, a comida, os costumes, o clima e até mesmo a maneira como a arte é vista. Mas, ao mesmo tempo, essa mudança tem sido incrivelmente especial", relata.
A escola onde atua é a única no Rajastão a oferecer aulas de balé. Essa exclusividade representa um grande desafio, já que muitos moradores da região sequer conheciam essa forma de arte. "Nosso papel é adaptar a dança para um público que não está familiarizado com ela, sem perder a qualidade técnica e respeitando os costumes locais", explica.
Além das aulas, a escola promove apresentações e ações sociais que impactam positivamente a comunidade. "As crianças se sentem acolhidas e valorizadas, e também participam de campanhas solidárias para ajudar famílias carentes. Ver o impacto dessas iniciativas é algo que não tem preço", conta Victoria.
Adaptação e crescimento pessoal
Embora a experiência tenha sido enriquecedora, Victoria enfrenta desafios diários. O clima quente, a culinária peculiar e a barreira do idioma exigem paciência e resiliência. "Tudo isso faz parte de um processo de crescimento que tem me transformado tanto como pessoa quanto como artista", destaca.
A jovem conta com o apoio da família, que, apesar do choque inicial com sua decisão, acompanha sua trajetória à distância. "Eles sempre me incentivaram e torcem por mim a cada passo", revela.
Arte com propósito
Victoria vê na dança uma linguagem universal capaz de conectar e transformar pessoas, independentemente das barreiras culturais. "Estar aqui é uma oportunidade única de ensinar o que amo e tocar vidas em um lugar tão diferente. Trabalhar com algo que tem propósito é desafiador, mas extremamente recompensador", afirma.
A experiência na Índia tem ampliado sua visão de mundo e reforçado a importância de sair da zona de conforto. "Se você tem o desejo de seguir um caminho como esse, vá em frente! É desafiador, mas as transformações que acontecem são incríveis", incentiva.