Associação Atlética Ferroviária: a Vermelhinha da Rua Brasil
No capítulo de hoje de nossa voltaremos a falar um pouco sobre alguns dos precursores do progresso de nossa cidade
Fernando Nascimento
- 28/04/23
- 10:00
- Atualizado há 81 semanas
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No capítulo de hoje de nossa história de amor com Assis, voltaremos a falar um pouco sobre alguns dos precursores do progresso de nossa cidade: os ferroviários. Mas, uma parte diferente da história, talvez pouco conhecida por muita gente.
Voltemos à década de 1920. Já falamos sobre a mudança que a ferrovia trouxe para estas bandas. Além de muitos empregos, a cidade tornou-se um centro de administração ferroviário com escritórios, oficinas, departamentos, e sede para moradia de engenheiros e operários da linha permanente. Em 1926 é inaugurada a atual estação, e também a Oficina de Locomotivas da Sorocabana, para médios e pequenos reparos, com capacidade para 100 locomotivas e empregando 400 operários.
A oficina alterou significativamente a região da Vila Coelho, depois Vila Operária. Milhares de famílias de ferroviários se instalaram nos arredores, com vida social e recreativa próprias. Eram mantenedores do comércio da cidade. Por ser uma classe unida, isso se refletia no trabalho, e nos momentos fora da empresa, através da criação de seus espaços de convivência, como os clubes e times de futebol.
Aqui começaremos a contar a história da Associação Atlética Ferroviária, fundada em 1927. Uma casa, no próprio pátio da Estrada de Ferro Sorocabana, foi o local de início da tradicional equipe de futebol assisense, que também mantinha equipes de basquete e de tênis. A iniciativa foi de um ferroviário, primeiro presidente do recém-criado clube, chamado Miguel Belarmino de Mendonça. A primeira sede ficava na rua Dr. Teixeira de Camargo.
Tempos depois, o clube ganhou um terreno, na Rua Brasil onde, em 1945, o governo paulista ajudou a construir as arquibancadas e os vestiários e iluminação do novo estádio chamado de Dr. Adhemar de Barros.
A Veterana ou Vermelhinha da Rua Brasil marcou época disputando a Divisão de Acesso, onde atuou de 1949 até 1952, até ser rebaixada pela Federação Paulista de Futebol (FPF), em razão da criação de uma lei que exigia que as cidades tivessem um mínimo de 50 mil habitantes.
Retornou à Segunda Divisão (atual A2) em 1958 e disputou jogos profissionalmente até 1967, quando encerrou suas atividades futebolísticas. Seus grandes rivais eram Ourinhense, Prudentina, São Bento de Marília, Corinthians de Presidente Prudente, ABC de Paraguaçu Paulista, Penapolense, Estrada de Sorocaba, Santacruzense e Pirajuense.
Apesar de não manter mais o time de futebol, o clube social continuou, por mais alguns anos, instalado ao lado do antigo estádio e controlado por ex-funcionários da EFS, com piscinas, sauna, pista de atletismo e salão para eventos. Admitia, também, sócios que não tinham ligação com a ferrovia.
Nos dias de hoje, o clube social está desativado e, no local, funciona uma escolinha de futebol.
Ficam as memórias de tempos áureos, que certamente marcaram as vidas de muitos assisenses.
Você tem alguma história com a Ferroviária?