Assisense recebe casal colombiano em sua casa durante viagem pela América do Sul

Os motoclubes são referências de amizade, parceria e companheirismo, e alguns grupos existem há anos, passando a tradição de geração em geração. Embora os motoclubes sejam conhecidos por sua amizade e companheirismo, a tradição de acolher outros motociclistas vai além, se estendendo a pessoas desconhecidas, como o caso do assisense Emídio Quirino dos Santos, de 68 anos, que há tempos oferece sua casa a viajantes de todo o mundo.

A residência, localizada na Rua José Floriano Pereira, na Vila Glória, já recebeu centenas de viajantes, vindos das mais diversas partes do país e do mundo. Emídio explicou ao AssisCity como essa tradição começou.

"Por volta dos anos 2000, fundei meu motoclube, o 'Whiskeleto MC', após ter feito parte do motoclube do Alan Portela e sua esposa Dani, o 'Cachorro Loko'. Com essas experiências, aprendi que a casa de um motociclista está sempre aberta para nossos irmãos, e então a tradição nunca acabou", explicou Emídio.

Mesmo após os anos passarem e Emídio ter parado de frequentar o motoclube, sua casa continuou sendo referência. "Eu já recebi casais, famílias, grupos de amigos. São várias histórias que me marcaram. Aqui, eles recebem todo tipo de apoio: alimentação, pouso, troca de experiências, e são tratados como membros da família".

Casal da Colômbia

Uma das histórias citadas por Emídio aconteceu recentemente, quando ele recebeu em sua casa um casal de motociclistas vindo da Colômbia. "Eles chegaram em minha casa no dia 12 de novembro. Nós não nos conhecíamos, mas haviam nos indicado para eles, e quando chegaram, pudemos conhecer de perto a história deles".

Paula e Juan são colombianos que abdicaram de suas profissões para conhecer a América do Sul sobre duas rodas. O casal partiu em viagem no dia 13 de janeiro, e a casa de Emídio foi a primeira residência brasileira a recebê-los.

"Fiquei profundamente feliz e honrado por ser o primeiro brasileiro a poder apoiar essa jornada. Ao trocarmos experiências, descobrimos que essa viagem representava a realização de um grande sonho para eles, e saber que de alguma forma contribuímos para tornar essa aventura inesquecível foi algo realmente especial."

Emídio finalizou contando que uma das partes mais ricas de receber esses viajantes é poder conhecer novas culturas, costumes e tudo isso sem sair de casa. "O mais interessante é justamente isso: as línguas diferentes (uso muito o tradutor no celular), as culturas diferentes, pois cada um traz a experiência do seu país e da viagem pelas estradas. Essa é a nossa recompensa."

Para Emídio, o mais interessante de receber esses viajantes é a oportunidade de aprender sobre novas culturas e tradições sem sair de casa. "Cada viajante traz consigo a riqueza do seu país, e as histórias compartilhadas nos fazem sentir como se estivéssemos viajando pelo mundo, mesmo dentro da nossa própria casa. Essa é a verdadeira recompensa."