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Copa do Mundo: professor de Assis conta curiosidades do Catar

Primeiro país do Oriente Médio a sediar mundial de futebol chama atenção pelo alto poder econômico, calor intenso, diferenças na cultura e costumes da população

Divulgação: Centro Paula Souza

  • 17/11/22
  • 17:00
  • Atualizado há 101 semanas

Enquanto torcedores dos cinco continentes voltam os olhos para a primeira Copa do Mundo em um país do Oriente Médio, o professor de geografia Thiago Hernandes manda um recado para os estudantes: "O Catar será a bola da vez nos vestibulares". Apreciador da cultura árabe, ele ministra aulas na Escola Técnica Estadual (Etec) Pedro D'Arcadia Neto, de Assis, e nas Faculdades de Tecnologia do Estado (Fatecs) Assis e Presidente Prudente. A região conta com forte presença de descendentes sírio-libaneses, o que serve de inspiração para suas aulas "customizadas" sobre os países árabes.

Para o professor, apesar da semelhança entre as populações árabes, o Catar reserva muitas peculiaridades relacionadas à posição geográfica, política e economia, reforçando sua importância no cenário internacional. "A estratégia com a realização da Copa é projetar o país para o mundo, nos moldes dos Emirados Árabes Unidos, em que o turismo se tornou uma atividade econômica relevante, como alternativa à produção de petróleo, recurso finito que sustenta a economia local", conta.

Mesmo sendo um dos países mais modernos e ricos da atualidade, o custo de vida é alto e favorece as desigualdades sociais. O clima árido impede a produção agrícola. Chove pouco e a única fonte de água é o mar. "Por isso, os alimentos são todos importados e o consumo de água só é possível por meio de processos de dessalinização", diz.

Divulgação - Thiago Hernandes durante aula de geografia
Thiago Hernandes durante aula de geografia "personalizada" sobre o Oriente Médio na Etec de Assis | Foto: Arquivo pessoal

A população local é composta majoritariamente por estrangeiros inseridos no mercado de trabalho, sobretudo imigrantes de países do sudeste asiático, como Índia, Paquistão e Bangladesh. A desproporcionalidade de gêneros é evidente: são cerca de 2 milhões de homens e 700 mil mulheres que habitam o Catar. "O público feminino enfrenta diversas restrições, como a necessidade de autorização formal do marido ou do empregador para exercer atividades cotidianas, como dirigir automóvel ou abrir conta em banco". ressalta.

Entre outros pontos que podem ser abordados nos exames estão os relatos de violação de direitos humanos, especialmente em relação às más-condições dos trabalhadores e à legislação que penaliza a homossexualidade. "Jogadores de seleções como Inglaterra, França e Alemanha estão liderando campanhas para combater a discriminação, alimentando uma série de reflexões sobre o evento, que vai muito além do futebol", destaca.

Confira outras curiosidades listadas pelo professor:

- O Catar é uma monarquia absolutista. Seu território é 21 vezes menor que o Estado de São Paulo.

- A paisagem da capital Doha é marcada por enormes construções e modernos arranha-céus. Porém, as casas mais tradicionais do país devem seguir a coloração amarela ou bege, conforme obriga a lei local.

- O fim de semana começa na sexta-feira, dia sagrado para os muçulmanos. Então, o primeiro dia útil da semana é domingo.

- O povo qatari adora futebol, mas outros esportes, um tanto inusitados, também fazem sucesso, como as corridas de camelo e a falcoaria, que é a tradição de manter e treinar falcões para caça.

- Pela primeira vez, árbitras mulheres vão apitar as partidas do mundial masculino. Entre as seis selecionadas, está a brasileira Neuza Ines Back.

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