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Especialista garante que dinheiro 'físico' vai acabar e criptomoedas estão com dias contados

Divulgação

  • 14/04/22
  • 20:00
  • Atualizado há 135 semanas

A alegria de encontrar uma nota de dinheiro esquecida no bolso do casaco e o desespero de contar moedas para inteirar um pagamento são sensações que podem estar com os dias contados. Há especialistas que acreditam no fim do dinheiro em espécie em um futuro próximo.

Na avaliação desses profissionais, a pandemia de Covid-19 acelerou o processo de digitalização vivido pela sociedade. Por isso, a perspectiva é que cada vez mais os meios digitais sejam utilizados para as movimentações financeiras, o que excluirá as cédulas e as moedas do dia a dia das pessoas.

O economista indo-americano Eswar Prasad faz considerações que vão além. Para ele, não só o dinheiro físico, mas também as criptomoedas como conhecemos hoje vão acabar em um prazo de dez anos. Ele apresenta essa teoria no livro "The Future of Money: How the Digital Revolution is Transforming Currencies and Finance", publicado em 2021.

Em entrevista concedida à revista Época Negócios em fevereiro deste ano, Prasad explicou que o processo de extinção do dinheiro físico e de transformação do mercado de criptomoedas acontecerá em tempos diferentes em cada país.

Para ele, um dos principais problemas das criptomoedas é a instabilidade, o que as coloca num lugar de "ativo financeiro meramente especulativo". Por isso, ele acredita que as moedas digitais serão emitidas pelos bancos centrais e pelas grandes corporações, como a Amazon e a Meta (ex-Facebook). "Serão moedas digitais estáveis, com lastros oficiais, que não apresentarão os mesmos riscos das criptomoedas atuais", afirmou à revista.

Realidade no Brasil

As perspectivas apontadas por Prasad tendem a se consolidar em prazos diferentes ao redor do planeta, como afirma o próprio economista. No caso das moedas digitais, é necessária a movimentação dos governos de cada país para realizar o processo de emissão.

Desde 2020, o Banco Central do Brasil trabalha na criação do Real Digital, moeda virtual oficial do país. No entanto, não se trata de uma criptomoeda, já que ela será regulada pela autoridade monetária.

As criptos são ativos financeiros virtuais descentralizados. As operações de compra e venda são feitas por fintechs especializadas na área, como a Hashdex.

A expectativa é que, nos próximos anos, aconteça a coexistência da moeda digital brasileira e das operações com as criptomoedas que estão no mercado, como bitcoin e etherium.

Com relação ao fim do dinheiro físico no país, a desigualdade social pode fazer com que o processo seja mais demorado. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2020, 46 milhões de brasileiros não têm acesso à internet, o que impede manter apenas meios digitais para a realização de movimentações financeiras.

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