Vamos fazer um protesto!

Eu gostaria de escrever algo sobre os protestos que dominam o país, mas tenho medo. Medo de dizer que todos estão certos e que enfim o país acordou, indo para as ruas e protestando de maneira inteligente sobre os inúmeros abusos que a população sofre. Tenho medo de dizer que não concordo com essas manifestações, pois, não conseguiria enfrentar tamanha repressão.

Entendo a todos estes que estão nas ruas, que fazem campanha via redes sociais, que protestam de maneira que está marcando a história do Brasil. Admiro a coragem, e a maneira em que se comportam aqueles que realmente protestam com motivos consideráveis.

Mas, como jornalista tenho medo. Medo da lembrança da Ditadura, da Liberdade de Expressão que não existe, tenho medo de escrever essas palavras e me repugnarem. Mas, aprendi durante o Curso Superior, que Jornalista não tem medo de nada, e noticia tudo!

Então, seguindo os passos que aprendi durante a graduação, reflito sobre o país. Esse é o maior protesto que já vi em 22 anos por aqui, e é de arrepiar. Mas, há uma contradição que é a razão de meus questionamentos. Esses que protestam, são os mesmos que colocaram esses governantes no poder. E não adianta dizer ao contrário, ou que se arrependeram. A sociedade teve 8 anos de um mesmo governo, e está próxima de eleger mais 8 anos ao mesmo poder.

Ano que vem, é ano de eleição em todo o país, não se esqueçam disso. A mesma pessoa que você colocar para doutrinar o país, pode ser o motivo de seus protestos. Depois que as ruas se esvaziarem, e todos forem para suas casas, ainda revoltados e marcados por repressões, a presidente irá viajar para outro país, levando uma comitiva junto, tudo pago com o dinheiro do Povo.

Brasil, o sono está acabando. É hora de acordar sim, mas por favor, não queira dormir novamente, e despertar tantos e tantos anos depois.

Deixo claro que essa é apenas a opinião de um jovem jornalista do interior de São Paulo, que como todos esses que estão protestando, é abusado e roubada pelo Governo Federal.

Pronto, agora é só esperar as balas de borracha.

Kallil Dib - Jornalista

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