Um espetáculo que se chama Copa do Mundo
COLUNISTA - Kallil Dib
A bola na trave, o gol que não veio, o pênalti marcado que o juiz voltou atrás... O lance
magistral, a surpresa no caminho, a decepção dos campeões. A Copa do Mundo da Rússia está
marcada na história do esporte mais popular do planeta. O mundial de 2018 apresentou o
improvável, o imprevisto, o inesquecível. Disse ao mundo o que é o Futebol.
As quatro linhas mostraram que o favoritismo não ganha jogo. Alemanha, Espanha e Argentina
foram embora cedo. Deixaram pra trás a soberba, as esperanças perdidas, os fãs
decepcionados. O Brasil, talvez o melhor Brasil das últimas Copas, caiu. Foi-se ladeira abaixo,
quando Lukaku, Hazard e cia., deitaram e rolaram. Mas não igual ao nosso camisa 10...
Em campo, a surpresa Croácia, de Modric e Rakitic, e a França, de Mbappé, Kanté e Pogba,
(diga-se a única na fila das apostas que vingou), encerraram o espetáculo.
Um espetáculo que se chama Copa do Mundo. Daqueles que o protagonismo não está dentro
do campo, na bola, no gol, na defesa, na vitória, na derrota.
O protagonista de uma Copa é o torcedor, que neste ano chamou a atenção. Daqueles
desprezíveis, com insultos machistas compartilhados - e combatidos - nas redes, aos que
encantaram e deram exemplo, como os japoneses recolhendo os lixos dos estádios.
Torcedores que mostraram ao planeta uma outra Rússia.
Rússia essa conhecida pelo gelado clima diplomático, ferveu com a miscigenação em suas ruas.
Diz quem lá esteve que o maior país do mundo, jamais presenciou tamanho congraçamento.
Copa que é Copa tem lágrimas além dos sorrisos e emoção além da razão. E essa teve. Ingredientes perfeitos para uma bela competição de futebol. O futebol respira e nos fez
respirar em meio a tanta nebulosidade.
Não ligue, brasileiro, para o resultado que ficou novamente pelo caminho. Afinal, apreciamos
em 2018 um grandioso espetáculo, digno de uma grande Copa do Mundo.
Voltamos à nossa realidade...