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Lembranças do meu amor

Cinco décadas, meu bem, cinco décadas!

Kallil Dib

  • 14/12/12
  • 05:00
  • Atualizado há 630 semanas

*Kallil Dib

É esse o tempo que passou, o tempo em que eu te chamava de meu broto e me sentia na esquina do teu sorriso, toda vez que com amor você me olhava.

Não, meu bem, não me esqueço, e nunca vou, do dia em que te encontrei. Na chuva, embaixo da lua, em frente à igreja, na praça de nós dois. Lembro bem do vestido vermelho que você usava e de seus cabelos cacheados e molhados, dançando conforme a canção do vento. E então você me encontrou, bastou apenas a sua presença, um toque no meu rosto, e conhecemos a eternidade.

E eu te amo desde então. E não te amo, apenas porque dizem que isso é amor. O que sinto, a partir do dia em que você me ganhou, é suborno ao meu coração. E ele se deixou levar por suas malícias, que de tão sinceras e lindas, não saíram de mim. E me ganharam. E me ensinaram a viver.

Recordo-me do momento de nós dois, de nossos filhos anos depois, e de tudo o que fizemos para esse amor não acabar. Descobrimos, por nós, que assim, amor assim, amar assim, não se acaba, se reconstrói, e fizemos tudo de novo, e de novo....

Meus defeitos você suportou, minhas mentiras eram entendíveis, e minhas verdades contestáveis. Não se sentia tão mal quando no meio da noite eu te lembrava do meu amor, ou na manhã de domingo dizia em serenata que minha vida era sua.

E a minha alma você semeou, como num jardim de flores que enfeitava o seu coração. O nosso caminho se chamava felicidade,e o nosso tesouro: ternura.

E tantos 50 anos depois eu ainda me reinvento, nessa casa tão afável de meu bem.

Admirando o teu sono de princesa adormecida, tocando sua pele de algodão, afagando suas mãos de céu.

E te ensino a sonhar com meu amor, e te vejo depois do arco-íris, logo ali na eternidade. E depois, e depois...

Kallil Dib

www.kallil.com

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