Independência Financeira ou Realização Profissional?
* Kallil Dib
'Conheci um homem tão pobre, mas tão pobre que ele só tinha dinheiro', diz o autor. A linda moça diria, em um dia qualquer, que quanto mais ela tem, mais ela quer gastar. Eu diria que o dinheiro é o mal do mundo. Outros dizem que é felicidade, é alegria. Os loucos falam que notas de 100 compram até a sabedoria, num diploma de medicina. Os normais acreditam que nada vale ter moedas de ouro munido por uma alma maldosa.
Os anos dois mil começaram, um novo milênio e um novo ciclo, mal imaginávamos que tudo o que passamos em anos anteriores iria se extinguir nesse novo século. As músicas mudaram e as brincadeiras de crianças também, se foram os amores em casamento, a paixão pela Igreja, a saudade dos filhos. Os anos dois mil transformaram o mundo.
E agora é tempo até de Papa demissionário, de poetas do funk, de jornalistas sem diplomas. Estamos vivendo o tempo da rebeldia, dos pais que criam assassinos, de filhos que vão embora, de internet que odeia livro, e jovens que a seguem.
E me deparei há algumas semanas com um questionamento que me fez repensar no conceito de felicidade, realização e dinheiro: o que é mais importante Realização Profissional ou Independência Financeira? E descobri que a atualidade nos apresentou a essa pergunta.
É difícil essa discussão, e não imaginaria tê-la tão logo, afinal, pensaria que quando alguém encontrasse a sua realização profissional, seria também um endinheirado independente. Mas a realidade dessa modernização, desses anos que não queríamos viver, me fez ter a certeza de que não é assim. Ou seja, prefere-se a ambição financeira á realização profissional.
Atualmente, muitas pessoas que saem do ensino médio escolhem o seu curso superior pensando apenas no seu retorno financeiro, e fazem a graduação sem ponderar outros fatos, como a felicidade, os sonhos e objetivos profissionais. Um dia essa pessoa pode ser bem sucedida, mas não será realizada em sua vida.
Diferente daquele que faz o que gosta, realiza o sonho de criança, trabalhando no que sempre desejou, e se ele faz seu trabalho bem feito, pode começar sua carreira trabalhando de graça, mas um dia será recompensado, também em sua conta bancária.
Dinheiro traz felicidade? Não vou entrar nos méritos dessa questão, pois, ocuparia muitas linhas desse artigo. Mas eu diria que ele faz parte dela, apenas isso. Ser realizado profissionalmente, se não traz felicidade, está no caminho, e bem perto dessa tal Independência Financeira.
E para quem me perguntar, vou dizer: a maior fortuna de um profissional é trabalhar no que se gosta, no que te faz bem, naquilo que seus desejos ambicionam, e enquanto ao dinheiro? Ele tem que ser consequência e não um objetivo.
Kallil Dib
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