Escritora britânica de renome internacional: Virginia Woolf (1882-1941)
COLUNISTA - Elda Jabur
Escritora britânica de renome internacional: Virginia Woolf (1882-1941)
Ficou conhecida como defensora do modernismo e do feminismo. Escreveu manifestos que influíram nas pessoas no início dos regimes totalitaristas.
Previu que a segunda guerra mundial não poderia ser evitada.
Achava impossível modificar em poucos anos a civilização patriarcal que já estava consolidada. Para a época em que viveu, adotou posturas muito corajosas. No Brasil, com a imposição do regime colonial, somos até agora resultado dessa sociedade arcaica, preconceituosa e machista.
Somente a partir desse século as mulheres começaram a ocupar posições de destaque na sociedade.
As mulheres nascidas no início do século passado.
Foram as primeiras a derrubar barreiras e se impor como seres humanos dignas de respeito.
Os estigmas ainda são muito fortes.
Constantemente temos que lutar por nossos direitos. Isso ocorre em países subdesenvolvidos, como é o nosso caso. Todos os dias vemos casos de feminicídio e estupros.
Três Guinéus.
Um dos livros de Virgínia Wolf, publicado em 1938.
Em seus escritos ela procurava ridicularizar autoridades machistas da época.
Para isso utilizava-se de determinadas figuras. Por exemplo:
__General com penacho ( no caso, capacetes ) e peito coberto de condecorações e medalhas.
---Corneteiros de botas altas e saiotes bordados.
---Catedráticos com bastão, samarra (espécie de túnica, ou bata ou casaca usada por clérigos ou militares.
---Juiz com peruca ou toga de pelica. Por ironia, até agora são usadas por ministros de nosso país. Considero-as ainda como símbolo de poder, como modelo das monarquias absolutistas e retrógadas.
---Arcebispo com manto, cetro e adereços preciosos. Até hoje utilizados por membros do clero, também representativos de muito poder e manipulação das almas ( pra não dizer penadas).
A inquietante vida de Virginia Woolf
Toda a sua literatura foi influenciada por suas idéias, assim como suas posturas individuais. Foi alvo de críticas constantes no momento em que a sociedade era totalmente retrógada. Era defensora do feminismo e do modernismo.
O apoio de seu marido.
Foi fundamental para o exercício de suas atividades literárias. Mesmo considerado na época como em casamento de fachada, havia entre eles amor e respeito mútuo. Ele tinha condições econômicas e permitia a ela uma vida de regalias. Era o primeiro a conceder-lhe a liberdade tão desejada por ela e nunca a censurava por suas opiniões. Ela viveu como quis, mas no pouco que li sobre ela, dá pra perceber que muitas vezes era envolvida pela angústia e depressão. Admirada pelos amigos e criticada por muitos.
Seus dramas particulares e a constante luta contra os fantasmas interiores.
Depois de tentativas de suicídio, conseguiu o seu intento.
No dia 28 de março de 1941, encheu o bolso de pesadas pedras e dirigiu-se ao rio Ouse, próximo a sua casa. Enfim, consegue suicidar-se.
Mulher inquietante e admirável, atemporal.
Ainda hoje pode nos servir de exemplo. As gerações mais velhas, e milhões ainda vivas, poderiam falar do pior preconceito perpetuado, o machismo.
Frases tiradas do contesto lido:
"Sua atividade era considerada respeitável e inofensiva por não interferir no orçamento familiar"
"Ela era uma moça no quarto com uma caneta na mão. Só precisava movê-la".
"Ela foi impedida de ter educação formal como os irmãos. Aprendeu sozinha ou com o pai".
Naquela época as meninas não iam à escola. Infelizmente isso acontece ainda hoje em muitas culturas.