Pesquisadores descobrem nova espécie de dinossauro em Ibirá
Fóssil foi encontrado em Ibirá (SP) e pesquisa será publicada em revista científica; nova espécie é de um titanossauro com tamanho de um pônei, mas que possui características diferentes de outros dinossauros.
Uma nova espécie de dinossauro foi descoberta em Ibirá, no interior de São Paulo. Agora a cidade, que é conhecida por abrigar outras descobertas de espécies em anos anteriores, tem um novo integrante.
Trata-se de um titanossauro, uma espécie herbívora conhecida pelos longos pescoços. Neste caso, o fóssil é menor e o tamanho pode ser comparado com o de um pônei. Além disso, ele possui características que diferem de outras espécies.
"O pessoal da UFSCar e UNICAMP fez prospecções aqui na região e coletou o material que depois foi estudado para chegar à proposição de uma nova espécie", conta Leonardo Silva Paschoa, que acompanhou a pesquisa, e é biólogo e administrador do museu de paleontologia de Uchoa (SP).
"Eles conseguiram identificar estruturas que nenhuma outra espécie apresenta, por isso propuseram uma espécie nova. Desta nova espécie, a questão do tamanho e os sacos aéreos que foram encontrados fizeram ser diferente de outras."
Os sacos aéreos são encontrados em pássaros, servem para o auxílio do voo e também para controlar a temperatura do corpo, que seria a função principal para a nova espécie de dinossauro.
A descoberta faz parte de uma pesquisa que envolve diversos paleontólogos e começou há alguns anos, mas ainda não há data para a publicação científica. Por isso, o nome da nova espécie e fotos do fóssil não foram divulgados.
"O material é comparado com o de espécies já existentes e se tiver alguma característica nova é feito um estudo para propor que se caracterize uma espécie diferente", diz.
Contribuição histórica
O biólogo também explicou que descobrir novas espécies ajuda a entender como era a região habitada e os motivos que levaram à extinção.
Segundo Leonardo, a nova espécie de dinossauro viveu no período Cretáceo, há 80 milhões de anos. Durante este período, a região tinha grandes rios e vegetação.
"Será uma grande contribuição com a paleofauna local o acréscimo dessa espécie. Nos ajuda a entender melhor como era o ambiente naquela época."
Outras descobertas
Ibirá já foi cenário de descobertas de outras espécies de dinossauros. Uma delas foi o Thanos Simonattoi, uma espécie carnívora, cujo fóssil foi encontrado no município em 2018.
Thanos é um termo grego que personifica a morte e que também dá nome ao vilão Thanos, da franquia de quadrinhos Marvel, a qual Stan Lee era um dos fundadores. Já Simonattoi é uma homenagem ao sitiante Sérgio Simonatto, que ajudou a encontrar o fóssil.
Em 2020, uma tartaruga de 15 a 20 centímetros de comprimento, que conviveu com dinossauros e crocodilos famintos, também foi encontrada na cidade.
A descoberta, feita por um grupo de pesquisadores do Brasil e da Suíça, foi possível graças ao paleontólogo Fabiano Iori que encontrou um pedaço de crânio de apenas dois centímetros em um sítio de Ibirá.
Confira os dinossauros descobertos na região:
Titanossauro: Era herbívoro com mais de 20 metros de comprimento. Fósseis foram encontrados em toda a região noroeste paulista, sendo o maior acervo do museu. Tinha o pescoço e a cauda alongados, andava por toda região em busca de alimento.
Megaraptora: Animal carnívoro e tinha cerca de 10 metros de altura. Fóssil de uma vértebra e possíveis dentes foram encontrados na região de Ibirá. Era o topo da cadeia alimentar na região e tinha garras potentes.
Thanos Simonattoi: Parente distante do T-Rex, tinha cerca de 5 metros de altura e era carnívoro. Fóssil de vértebra encontrado em Ibirá. Tinha as patas dianteiras bem curtas.
Maniraptora: Outro animal carnívoro e tinha cerca de dois metros de comprimento. Diferente dos outros dinossauros, esse era coberto por penas. Foram encontrados dentes e vértebras na região toda.
Outros animais: além de dinossauros, na região também viviam outros tipos de animais, como peixes e crocodilos pré-históricos, como o baurussuquídeo, peirossaurídeo e o esfagessaurídeo.