Uber em Assis não emplaca durante a semana e preocupa motoristas
Eles afirmam que durante a semana o movimento é muito baixo
Há pouco menos de um mês, começou a operar em Assis um dos meios de transporte mais polêmicos dos últimos tempos: a Uber.
Lucas Gomes, de 28 anos, foi o primeiro motorista cadastrado pelo aplicativo, mas desde então outros companheiros aderiram também. Segundo ele, a falta de demanda de segunda a sexta-feira tem desanimado os motoristas.
"Para mim tem sido muito bom, especialmente nos finais de semana. Porém, para os outros motoristas que trabalham durante a semana o movimento está bem fraco. Eu tenho uma padaria e por isso não trabalho em tempo integral com a Uber, mas a falta de pessoas durante os dias da semana estão fazendo os demais ficarem desanimados de trabalhar em Assis. Tenho amigos que estão desistindo de ficar aqui e indo para outros lugares", afirma.
Diante da situação de baixa procura, Lucas conta que muitos companheiros estão migrando para Marília.
"A Uber tem um sistema de que, quanto mais pedidos de passageiros, melhor é a remuneração e melhor é o serviço, porque fica dinâmico. Fizemos um comparativo de uma manhã em Marília e em Assis, mas a diferença é muito grande. Quanto mais Uber a população usar, mais carros rodando terão e é importante que os assisenses peçam pelo aplicativo, pois corre o risco do serviço deixar de ser oferecido na nossa cidade", salienta.
Atualmente circulam em Assis cerca de 10 carros cadastrados pela Uber, mas os motoristas também têm enfrentado outra dificuldade.
"Outra questão que temos percebido constantemente são os Uber falsos, que estão dificultando as coisas. Eles enganam as pessoas dizendo que são cadastrados, mas na verdade não são. Durante o final de semana, quando houve um grande evento na cidade, muitos estavam aproveitando e fazendo corridas sem cadastro no aplicativo, fazendo os usuários correrem muitos riscos", explica.
Em relação ao início do serviço, Lucas acredita que já melhorou bastante, mas ainda pode ficar melhor.
"Se a demanda dobrasse seria ótimo. Assis tem capacidade e comporta o serviço, mas esse atendimento falso prejudica todo mundo. Se eles não são cadastrados pelo aplicativo, alguma coisa errada tem, porque a Uber pede vários requisitos, como CNH para exercer atividade remunerada, seguro do carro, ar condicionado, limpeza do veículo, carros de 2008 em diante, entre outros, que na verdade são para a segurança do próprio passageiro. Ele pensa que está seguro, mas na verdade está correndo riscos", acrescenta.
Valdinei José da Silva é motorista da Uber há 10 meses e trabalhava em Londrina antes de vir para Assis. Ele fala que os moradores parecem ter receio ainda.
"Eu vim para Assis no quarto dia de funcionamento da Uber na cidade. Trabalho como motorista da Uber há 10 meses, mas era de Londrina. Desde então, senti que diminuiu bastante o número das corridas. Talvez porque os moradores não têm o costume com o aplicativo e fiquem com medo ou receio. Quem mais usa são os universitários. Isso sem contar com os motoristas se passando por Uber, especialmente aos finais de semana", afirma.
À população assisense, Lucas deixa o pedido.
"Instalem o aplicativo e chamem os motoristas da Uber de maneira segura. Quanto mais pessoas usarem, mais irá animar os motoristas e melhor o serviço será. A Uber tem incentivado os motoristas, mas é preciso contar com o apoio da população para que o serviço possa continuar na nossa cidade", conclui.
Lucas Gomes, motorista da Uber em Assis
Movimento em Marília durante a semana
Pedidos em Assis durante a semana