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Profissionais de Saúde envolvidos no caso da criança que sofreu AVC emitem carta aberta

Família precisou entrar na justiça para garantir vaga em leito da UTI Pediátrica do Hospital Regional

Redação AssisCity

  • 09/05/24
  • 17:00
  • Atualizado há 28 semanas

Uma carta aberta dos profissionais de saúde envolvidos no caso da criança E.E.D.M, de 9 anos, encabeçados por Fabiana Bastos e o médico Marcos Bastos, foi divulgada e enviada ao Portal AssisCity na manhã desta quinta-feira, dia 9 de maio, em resposta às declarações da ex-diretora do Hospital Regional de Assis, Telma Andrade Spera.

A carta expressa indignação com as afirmações da ex-diretora, que não confirmou a recusa da vaga para a criança, justificando-a como uma fraude no fluxo do sistema SUS.

Confira a carta na íntegra:

Indignados com as declarações da ex diretora do Hospital Regional de Assis com relação ao seu posicionamento referente ao caso da criança E.E.D.M, onde a mesma não confirma a negativa da vaga, apenas justifica que não poderia aceitar a criança por se tratar de uma fraude no fluxo do sistema SUS, nós profissionais de saúde assistenciais envolvidos com o caso e apoiados pela maioria dos profissionais da área, que prestam atendimento tanto aos SUS quanto ao sistema privado de saúde neste município, viemos a público esclarecer o que realmente aconteceu no dia, desde a entrada da criança na urgência e emergência do Hospital e Maternidade de Assis, na noite do dia 30 de abril até a sua transferência para a UTI Pediátrica do Hospital Regional de Assis, por força de uma ordem judicial expedida na madrugada do dia 03 de maio do corrente, na qual o magistrado deu três horas para que a transferência se realizasse, caso a criança estivesse em condições clínicas de transporte.

Naquela noite, a criança deu entrada em estado grave no HMA tendo diagnóstico de um Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico (derrame) necessitando de uma intervenção cirúrgica de emergência, pois ela corria risco iminente de morte.

Diante da gravidade e dos riscos do caso, a equipe médica e de enfermagem do HMA acionou a Unimed Assis para que, juntos, conseguissem uma vaga em UTI Pediátrica, visto que o hospital não dispunha da mesma. Após contato com inúmeras UTIs Pediátricas da região, credenciadas à Unimed, ficamos sabendo que todas não dispunham de vaga naquela noite. Então foi acionada a única UTI Pediátrica de nossa região, que atende os 25 municípios, inclusive o município de Platina, onde a criança reside, e prontamente fomos atendidos pela médica plantonista, responsável pela unidade. Ciente da situação e depois de averiguar junto a CROSS se teria outra solicitação de vaga, uma vez que a UTI só disponibiliza de um leito, cedeu a vaga, com base no artigo 7 da Lei 8080/90, no qual preconiza o direito de todo cidadão ter acesso ao SUS, sendo um dever do Estado seu atendimento.

A Unimed, após a liberação da vaga pelo HRA, solicitou a ambulância On Life (UTi Móvel de Marília) para que, assim que a cirurgia terminasse, E.E.D.M fosse transferida para ser assistida tanto pelos pediatras quanto pela equipe de neurocirurgia do HRA, única referência neurológica aos 25 municípios.

Todas as equipes preparadas, ambulância parada em frente ao HMA, cirurgia transcorrendo no centro cirúrgico, quando fomos surpreendidos por uma ligação da então diretora do Hospital Regional de Assis informando que se a equipe do HRA recebesse a criança, ou inserisse a mesma na CROSS, ela os denunciaria ao Ministério Público alegando fraude (em anexo texto assinado pela mesma a toda equipe médica do hra e do hma) impedindo assim a transferência já cedida pela médica.

Diante dos fatos, a criança para continuar sendo assistida até a resolução do impasse, a direção do HMA acionou outro pediatra e uma equipe de enfermagem de apoio para que pudessem dar assistência junto a equipe de intensivista da UTI Adulto, até que a mesma tivesse condições clínicas de transporte para uma UTI Pediátrica habilitada uma vez que o serviço não dispõe de recursos humanos capacitados para atender este caso.

Nós, profissionais saúde do HRA, juntamente com a população de Assis queremos uma resposta da liderança do Partido Liberal de Assis, dos Deputados Capitão Augusto e Dani Alonso e do governador do estado de São Paulo, Tarcisio de Freitas, sobre o motivo da nomeação Dra Telma Spera, provedora da Santa Casa de Assis que nunca fez parte da história do HRA e seu interesse 100% políticos. Telma geria as 2 unidades hospitalares com os acessórios, Murilo (enfermagem) e Edimar, ambos ocupando cargos nas duas instituições no mesmo horário. Queremos investigação do Ministério Público, é o dinheiro da população que paga os salários deles.

Queremos saber quem autorizou a reforma da UTI Neonatal e Pediátrica do HRA que resultou em perda de 2 leitos.

Queremos uma diretoria técnica, com um médico ou enfermeira com o DNA do HRA.

VEJA A NOTA OFICIAL DO HOSPITAL E MATERNIDADE DE ASSIS

O Portal AssisCity entrou em contato com a ex-diretora do HRA, Telma Spera, para que pudesse comentar as alegações publicadas na carta mas, até o momento, não obtivemos resposta.

Essa matéria poderá ser atualizada.

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