Prefeito desconsidera parecer da Comissão e mantém-se irredutível em conceder reajuste aos servidores
Ganga e membros do Sindicato afirmam que o Poder Executivo têm condições dentro do regime orçamentário de fornecer a reposição inflacionária e a regulamentação de trabalho do profissional do magistério
Na manhã desta sexta-feira, 1° de abril, os servidores municipais grevistas , juntamente com o Sindicato dos Servidores Municipais de Assis e Região se reuniram no Gabinete do prefeito e com alguns membros do seu secretariado para discutir a reposição salarial de 11, 27 %. O encontro foi tumultuado, durou quase duas horas, e não houve acordo; o Executivo alega que não há condições orçamentárias para conceder o benefício.
A reunião desta sexta-feira já estava agendada conforme foi discutido na primeira reunião com o prefeito no último dia 22 de março, em que um profissional na área de contabilidade, o ex-servidor municipal, Luiz Gonzaga de Oliveira, o Ganga, se debruçou juntamente com os secretários municipais da Fazenda e Finanças para averiguar a viabilidade de conceder a reposição salarial.
Ganga e membros do Sindicato afirmam que o Poder Executivo têm condições dentro do regime orçamentário para fornecer a reposição inflacionária e a regulamentação de trabalho do profissional do magistério.
"A lei orçamentária não se enquadra na proposta deles. Não temos condições para realizar o que foi proposto. O repasse do aporte das receitas é menor do que é previsto. As receitas estão aquém. O cenário é esse, infelizmente", limitou-se a dizer, o prefeito Ricardo Pinheiro Santana.
Os membros do Sindicato veem como decepcionante a reunião, e acreditam que tenham solicitados todas as formas de negociação com o Poder Executivo.
"Cumprimos tudo o que o prefeito pediu e trouxemos um profissional para viabilizar uma saída para o reajuste, que é o Ganga, mas mesmo assim não houve acordo. É lamentável que o servidor tenha ficado de lado nessa previsão orçamentária da Prefeitura. Desde setembro estamos participando de sessões na Câmara Municipal que discutem a Lei Orçamentária e de audiências públicas, e desde lá deveriam valorizar o servidor, o que não fez", disse o assessor Jurídico do Sindicato, Fabiano de Almeida .
Fabiano explica que o Executivo teria até o dia 4 de abril para conceder algum reajuste salarial ou benefício, por causa do Calendário Eleitoral. "O projeto de lei deveria ser encaminhado até a segunda-feira, 4, se não acontecer até a última hora da sessão da Câmara, e se forem desprezados os prazos regimentais para a votação, o movimento grevista pode parar ;aí a luta vai ter que ser dentro das linha de melhores condições de trabalho", acrescenta.
O presidente do Sindicato satiriza a falta de acordo do Executivo com os servidores.
"Estamos sendo enganados desde setembro; o prefeito nos iludiu. Ele propôs que indicássemos uma comissão, o que foi feito. Ele garantiu que se encontrassem disponibilidade no orçamento ele concederia o reajuste. Foi indicada a comissão e o parecer foi de que havia possibilidades, mas ele não cumpriu. Isto mostra uma gestão incompetente, o que é lamentável. O prefeito é um contador de lorotas, afirma que não é possível dar o reajuste salarial, mas subir os impostos pela reposição inflacionária, ele fez, mas transferir para os servidores não faz. Desde que assumiu o cargo não respeita os servidores. Vamos marcar uma Assembleia com todos os servidores e ver o que decidem, e se decidirem em continuar em greve, o prefeito vai ter que procurar liminar por liminar, por servidor e por servidor, porque ele é o rei das liminares. É decepcionante conversar com ele, sua realidade é uma mentira", desabafa.
O presidente do Sindicato, Paulo César Tito, convocou logo depois do encontro os servidores municipais para conversar e tomar as medidas que julgam cabíveis.
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