Prefeito dá explicações na Câmara, mas vereadores ainda se queixam de dúvidas
Prefeito fala em crise na Prefeitura. Foi criada uma comissão de gastos públicos para estudar como amenizar a situação financeira do Município
A expectativa da presença do prefeito de Assis, Ricardo Pinheiro Santana, na Câmara de Vereadores, para dar explicações e responder questionamentos que lhe fossem feito levou um grande público ao Plenário na noite e segunda-feira, 31 de agosto, boa parte formado por servidores municipais, comissionados e secretários de governo. A vice-prefeita, Lenilda Ramos Lins e Silva, e o secretário de Fazenda, Alexander Seródio, acompanharam o prefeito próximo a Tribuna, mas apenas Ricardo Pinheiro falou.
Começou dizendo das dificuldades financeiras que a Prefeitura vem enfrentando, assim como em outras cidades, citando Americana e Marília em que o pagamento dos servidores foi escalonado, a exemplo do Estado do rio Grande do Sul.
"Divergências partidárias sempre existirão, mas está na hora de o Poder Executivo e o Legislativo de Assis darem as mãos e olharmos efetivamente para o Município, nos unirmos em prol do bem comum", argumentou.
Citou a queda da arrecadação e repasses dos governos Federal e Estadual, que os municípios ficam com a menor parte de tudo o que é arrecadado em impostos enquanto a Prefeitura é responsável direta pela maioria dos investimentos. Por isso, indicou que pretende tomar medidas impopulares e contará com o apoio da Câmara para que adote tais medidas, citando dentre elas o "REFIS", que é o parcelamento de dívidas de contribuintes devedores, visando aumentar a arrecadação municipal.
O prefeito mencionou que foi criada uma comissão de gastos públicos para estudar como amenizar a situação financeira do Município e voltou a dizer que terá que tomar decisão em breve, ainda que sejam impopulares.
Depois, respondeu a questionamentos dos vereadores Arlindo do Raio X, Thiago Hernandes, Alexandre Cachorrão, em relação a falta do ônibus da Saúde na zona rural, saída do secretário de Meio Ambiente, atendimentos da UPA e SAMU diante a falta de repasses, destinação de resíduos sólidos, pagamento do funcionalismo público, desenvolvimento industrial e reforma do Centro Social Urbano.
Após as considerações finais do prefeito, não havendo mais perguntas dos demais vereadores, o presidente da Câmara, Claudecir Rodrigues, suspendeu a Sessão por 5 minutos. Neste intervalo, o plenário praticamente se esvaziou e na volta, outros dois vereadores usaram a Tribuna para falar.
Vereadores ainda se queixam de dúvidas
Paulo Mattioli Júnior disse que esperava que o prefeito e sua equipe permanecessem um pouco mais para ouvir as declarações pessoais dos vereadores. Questionou, sem a presença de Ricardo Pinheiro, sobre pontos que não ficaram esclarecidos em sua opinião, como o projeto do "REFIS", porque foi apresentado só agora no fim do mandato, e o lixo doméstico que é recolhido, se é pesado antes de sair de Assis para pagar somente o que se carrega, ou se a pesagem é feita só em Quatá na empresa que cobra para depositar os resíduos.
Duvidou ainda da necessidade de contratar a Fundação Getúlio Vargas para auditoria nas contas da Prefeitura, o que gerou custos de R$ 500 mil e citou gastos de R$ 3 milhões para o geo-processamento da cidade para aumentar o valor do IPTU sem consultar a Câmara.
O vereador Timba, que presidiu a Comissão Especial de Inquérito sobre o Lixo Doméstico também se disse em dúvida com algumas questões: "o prefeito considera que estamos fazendo campanha política antecipada, estava nervoso, exaltado, falou da dificuldade de recursos. Coloque a casa em ordem. Faça economia nos trabalhos. Compre caminhões e economize no transbordo do lixo, por exemplo. Quanto gastou para fazer um jornal tendencioso lido aqui nesta Tribuna para denegrir a imagem do Poder Legislativo? Dinheiro tem, é só administrar certo. Vamos sim sentar e conversar juntos, Poder Executivo e vereadores, mas tem que acertar os pontos antes.