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Enfermeiras de Assis registram denúncia por difamação após viagem paga com recursos próprios viralizar

Grupo de nove pessoas pode ser investigado por acusações contra as vítimas feitas nas redes sociais sobre viagem a Congresso de Enfermagem

Redação AssisCity

  • 24/09/24
  • 17:00
  • Atualizado há 9 horas

Um grupo de enfermeiras da rede municipal de saúde de Assis procurou a Polícia Civil nesta terça-feira, 24 de setembro, para registrarem uma denúncia formal por difamação. De acordo com o boletim de ocorrência, ao qual o Portal AssisCity teve acesso, o crime ocorreu entre os dias 18 e 24 de setembro de 2024 enquanto as vítimas estavam em um congresso e tiveram suas postagens e vídeos tirados de contexto, o que viralizou nas redes sociais. A investigação está sendo conduzida pela 2ª Delegacia de Polícia de Assis.

Redes Sociais/Reprodução - Imagem retirada de um dos vídeos que circulam na internet - FOTO: Redes Sociais/Reprodução
Imagem retirada de um dos vídeos que circulam na internet - FOTO: Redes Sociais/Reprodução

As vítimas, que não serão identificadas, alegam que os investigados compartilharam vídeos e mensagens distorcidas sobre uma viagem que fizeram para participar de um Congresso Internacional de Enfermagem em Recife, entre os dias 16 e 19 de setembro de 2024. Em um dos vídeos amplamente compartilhados, críticas à gestão da saúde municipal e às profissionais são apresentadas. Um homem aparece falando seguido por uma voz robótica que declara: "Funcionárias da Saúde fazem uma viagem, segundo informações, para um congresso. Mas o que se vê são outras coisas: uma farra, brincadeiras, festejando e comemorando. Agradecendo a Secretaria da Saúde, foram até um dos paraísos, uma das belas praias do Nordeste. Tudo isso financiado pela prefeitura, com o seu dinheiro e o meu.", consta no vídeo.

Uma das enfermeiras procurou o Portal AssisCity para expressar seu descontentamento com a situação. "Eu me sinto a maior prejudicada, pois saio em todos os vídeos. Eu estava de férias desde o dia 09 e programei as minhas férias desde o início do ano para conciliar. Faz quatro anos que eu vou e levo trabalho. Esse ano, foram as outras meninas também. Eu aproveito o congresso para fazer muitas amizades e networking. Fui convidada para participar de um trabalho com uma doutora que conheci lá. Fiquei muito chateada, porque as fotos e vídeos foram tirados do contexto. Aproveitei meu tempo livre e agora estou sendo atacada nas redes sociais por isso." A enfermeira ainda afirmou que possui comprovantes das despesas da viagem e a portaria do Cofem, que a apoiou na hospedagem.

As enfermeiras afirmam que as acusações são infundadas e que a viagem foi custeada integralmente com recursos próprios, sem qualquer uso de verba pública. Em depoimento, elas explicaram que publicaram fotos e vídeos pessoais em suas redes sociais, registrando momentos de lazer nos dias livres após o congresso, "toda a nossa participação no evento teve como único objetivo apresentar as práticas de saúde desenvolvemos em Assis a um público internacional. Algumas de nós estavam até em período de férias, mas escolheram participar do congresso para representar a cidade", disse uma das vítimas.

O boletim de ocorrência detalha que os investigados utilizaram essas imagens pessoais e as distorceram, sugerindo que o grupo teria feito uma viagem financiada pela Secretaria de Saúde de Assis. As enfermeiras também forneceram "prints" das postagens como evidências, incluindo mensagens de WhatsApp e publicações no Facebook, onde foi possível obter os números de telefone de cada uma das pessoas que republicaram os vídeos.

A Secretaria Municipal da Saúde de Assis, por meio do secretário Almir Moreno, emitiu uma nota de esclarecimento confirmando que as servidoras viajaram com recursos próprios e que não houve utilização de recursos públicos para custear transporte, estadia ou alimentação. A nota destaca: "As profissionais se organizaram de forma independente para participar do evento, em seu próprio tempo livre, com o objetivo de aprimorar seus conhecimentos e trazer benefícios ao atendimento de saúde de nossa cidade", escreveu Moreno.

O secretário ainda ressaltou que "pessoas mal intencionadas têm espalhado informações falsas com o intuito de fazer crer que o dinheiro público foi utilizado para financiar essa viagem. Reforçamos que essas alegações são completamente inverídicas e prejudicam o bom nome das profissionais envolvidas e da administração pública."

A Polícia Civil de Assis orientou as vítimas sobre o prazo de seis meses para que formalizem uma queixa-crime contra os acusados. O caso segue em investigação pela Delegacia Seccional de Assis.

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