Em entrevista como pré-candidato à reeleição, prefeito de Assis admite falhas e erros em sua administração
Tito e Mattioli rebatem considerações do prefeito
Em entrevista na Rádio Difusora de Assis, na quinta-feira, 16 de junho, o prefeito de Assis, Ricardo Pinheiro, que é pré-candidato à reeleição, alega que não é possível fazer muita coisa em 4 anos e quer continuar à frente do Poder Executivo por mais 4 anos e admite algumas falhas em sua administração.
Ele nega, por exemplo, que o reajuste salarial dos servidores tenha sido de zero por cento. "Nós propusemos a todos os servidores receberem R$ 100,00 a mais do seu salário a título de Programa de Alimentação do Servidor (PAS)".
Sobre a contratação da FGV por meio milhão de reais para fazer o plano de carreira, o prefeito diz que o plano é moderno e que a FGV é respeitada em nível mundial. "Essa foi a decisão do Poder Executivo e não dependia de pedir autorização para o Legislativo. Nós contratamos o que há de melhor no Brasil".
Outro assunto que foi rebatido pelo prefeito é a condição das ruas da cidade, cheia de buracos. "Sei dos problemas mas isso não é somente em Assis".
Mas, o ponto alto da entrevista foi o quesito transparência, visto que em dezembro de 2015 o Ministério Público Federal fez a avaliação dos portais da transparência dos 5.568 municípios e 27 estados brasileiros. Assis ocupa, entre os 645 municípios do Estado de São Paulo, a 641ª posição no ranking e é nota zero em transparência.
O exame levou em conta aspectos legais e boas práticas de transparência e foi feito com base em questionário elaborado pela Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (ENCCLA). O objetivo é medir o grau de cumprimento da legislação, por parte de municípios e estados, numa escala que vai de zero a dez.
"Nós recebemos nota zero em transparência porque o Município não atendeu aos requisitos do Portal Transparência. Nós temos que admitir nossos erros e falhas, mas obtivemos essa nota porque nós não respondemos às perguntas", admite o prefeito.
Alguns posicionamentos do prefeito não foram aceitos por diferentes segmentos da sociedade, entre eles o Sindicato dos Servidores Municipais e alguns vereadores.
Paulo César Tito, presidente do Sindicato, usou a mesma emissora de rádio, a Difusora, para rebater a fala do prefeito em relação à contratação da FGV e fez ao prefeito a seguinte proposta: "eu proponho que ele rasgasse o diploma dele de advogado se realmente ele considera que Vale Alimentação se equipara a aumento do servidor e reajuste. Isso é brincadeira! Ele falou uma bobagem e mais, quem fala em crise não quer trabalhar; ele fala em crise desde que assumiu a Prefeitura. Essa conversa de crise é conversa de puxadinho de quem não tem o que fazer. O fato é que ele não reajustou o salário dos servidores".
Já o vereador Paulo Mattioli, na Sessão Ordinária desta segunda-feira, 20, fez críticas a algumas ações do prefeito, inclusive enalteceu o prefeito de Maracaí, o Tatu, pelo bom trânsito junto ao Governo Estadual de São Paulo, inclusive comparando os R$ 5 milhões conquistados por aquela administração ao R$ 1 milhão conquistado por Assis.
Mas, o ponto chave do vereador foi acusar a atual administração pela transparência zero, pela interrupção da castração de animais, pela contratação e gasto absurdo com transbordo de lixo para a cidade de Quatá, a contratação da FGV, geoprocessamento, entre outras ações que geraram prejuízos ao Município e à população.
"O prefeito de Assis gastou equivocadamente os recursos da cidade e nem pagou o reajuste aos servidores; o que ele deu foi o 'vale coxinha', porque vale alimentação não incorpora na aposentadoria. Ele podia, por exemplo, ter comprado 3 ou 4 caminhões para fazer o transbordo do lixo, o que resultaria em grande economia. Isso sem contar que a Prefeitura tem uma dívida de mais de R$ 9 milhões com o AssisPrev", diz Mattioli na Tribuna da Câmara.
Prefeito Ricardo Pinheiro