Uma tragédia sem precedentes
No últimos dias praticamente todos os veículos de comunicação do Brasil e do mundo passaram a noticiar os eventos trágicos decorrentes das chuvas torrenciais que arrasam diversas regiões do Rio Grande do Sul, deixando um rastro de mortes, destruições de estruturas de várias ordens, além de profundas sequelas emocionais aos sobreviventes.
Entretanto, muitos questionam quais os fatores que estão por de trás de tamanho evento.
Antes de mais nada é preciso relembrar que chuvas atípicas sempre ocorreram. Porém, em um cenário de aquecimento global e mudanças climáticas, as chuvas tornam-se mais destruidoras.
Nesta caso específico, a situação caótica é resultante da interação de 3 fatores:
1: Existência de um cavado, que é uma corrente intensa de vento, agindo sobre a região fazendo com que o tempo fique instável;
2: Formação de um corredor de umidade vindo da Amazônia, o que aumentou o potencial das chuvas;
3: Bloqueio atmosférico na região central do Brasil, fazendo com que o calor se concentrasse nessa região, impedindo assim a dispersão da umidade, o que concentrou ainda mais a chuva sobre o Rio Grande do Sul e outras áreas do da região Sul.
Saber quais foram as perdas totais e os custos para a recuperação é algo praticamente impossível neste momento.
Dentre as perdas materiais são destacadas as destruições de casas, rodovias, pontes, lavoura, rebanhos, equipamentos e bens privados e públicos.
Quanto as perdas humanas, as vítimas fatais já ultrapassam a casa dos 70, mas este número ainda vai infelizmente aumentar face os desaparecidos e os feridos em estado grave.
Assim sendo, em um cenário de aquecimento global eventos extremos serão cada vez mais recorrentes e destrutivos.
Deste modo, atuar em prevenção mais do que nunca deve ser uma ação de política pública.
Paralelamente, cabe também a população agir de forma mais integrada e harmoniosa com a natureza.
Enfim, ante a situações complexas as saídas não são simples, mas somente com preparo, vontade e atitude vamos construir um cenário de menores vulnerabilidades.
Desta forma, finalizo expondo que cada vez mais e sem nenhuma exceção, todas as regiões do país estarão cada vez mais expostas a eventos extremos de seca, chuvas, frio e calor.