Sustentabilidade e o povo Yanomami
COLUNISTA - Elisa Barbosa
O povo Yanomami, que vive na floresta amazônica, no norte do Brasil, tem uma relação de longa data com o meio ambiente e desenvolveu práticas sustentáveis para garantir a preservação de seus recursos e a continuidade de sua cultura.
Eles têm uma compreensão profunda de seu ecossistema local e desenvolveram uma relação complexa com a floresta, rios e animais, dos quais dependem para seu sustento. Todos poderíamos nos beneficiar e aprender como viver em sinergia com a natureza em nosso redor.
No entanto, o território Yanomami tem sido ameaçado pelo garimpo ilegal e pelo desmatamento, o que afetou negativamente seu modo de vida tradicional e colocou em risco a sustentabilidade da floresta amazônica. Notícias estamparam jornais em todo o mundo nas últimas semanas, tendo em vista a forma precária sob a qual esse povo tem vivido, a desnutrição, o envenenamento das águas e o ataque dos garimpeiros, inclusive, com suspeita de estupros nos nativos.
Apesar da grande comoção atual, as denúncias de ataques e ameaças vinham sendo feitas há muito tempo, e só repercutiram com o início do governo federal atual. O líder indígena Davi Kopenawa, 66, esteve em Nova York, na sede das Nações Unidas, para entregar o relatório "Yanomami Sob Ataque", que mostra as ações que estão levando ao extermínio dos indígenas em Roraima.
Kopenawa denunciou a situação dos indígenas brasileiros, que estão morrendo vítimas de doenças como malária, diarreia, verminoses e por conta da grave desnutrição que atinge principalmente as crianças, A situação dos Yanomami se agravou nos últimos quatro anos, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), devido ao incentivo à invasão de garimpeiros ao território indígena. O líder indígena entregou nas mãos do subsecretário-geral o relatório "Yanomami Sob Ataque", que narra o drama vivido em Roraima.
Esforços têm sido feitos para proteger o povo Yanomami e suas terras, mas ainda há muito trabalho a ser feito para garantir sua sobrevivência a longo prazo e a preservação da floresta amazônica para as gerações futuras. Deixá-los à própria sorte sob ataque mostra como é a nossa própria relação com a natureza e a sustentabilidade, e o valor que damos para isso.