Que nossos passos nos levem a um caminho sem dores
Magali Nascimento - Colunista
Olá.
Apesar de parecer que liguei meu modo filósofa, esta semana quero falar sobre a importância de identificar o tipo de pé e o tipo de pisada.
É um assunto estranho ou desconhecido? Vamos acabar com mitos sobre o assunto.
Para caminharmos, fazemos um movimento de encostar o calcanhar no chão, seguido impulso causado pelo hálux (dedão). Para que não ocorram problemas em nossas articulações, nem sobrecarga nos pés é importante que este movimento seja alinhado, ainda que involuntário.
Alguma vez você já parou para pensar em como é seu caminhar?
Esta situação de alinhamento (ou desalinhamento) têm suas causas, diretamente ligadas aos tipos de pés e pisadas.
Os tipos de pés são definidos pelo arco plantar, que é aquele formado pelos ossos do meio do pé. Conforme classificação da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, são três:
pé normal: tipo mais comum, caracterizado pela distribuição uniforme do peso do corpo, com arco baixo.
pé cavo, com arco mais alto. A planta do pé quase não toca o chão.
pé chato: arco ainda mais baixo que o cavo (por vezes inexistente),com formato mais reto, e menos rígido.
Os formatos dos pés (em conjunto com a disposição dos joelhos e dos quadris) influenciam o tipo de pisada, que também são três:
pisada neutra: caracterizada pela distribuição uniforme do peso do corpo, e relacionada , geralmente, aos pés normais.
pisada pronada: nela,o apoio dos pés no chão é feito primeiro com sua parte interna. Cerca de metade da população mundial apresenta este tipo, associada aos pés chatos.
Pisada supinada: ao contrário da pronada,o contato com o chão é feito, primeiramente, pela parte externa do pé, sendo associado ao pé cavo.
Geralmente, os tipos de pés ou pisadas não causam problemas, pois o nosso corpo se adapta naturalmente, e compensa eventuais sobrecargas.
Entretanto, como a maioria das coisas em nossas vidas, os excessos podem ser prejudiciais. No caso dos tipos de pés e pisadas, é o que chamamos de hiperpronação ou hiper supinação.
Tais situações podem permitir o surgimento de joanetes (o desalinhamento do dedão com os outros dedos, causando uma saliência óssea e gerando dores), fascite plantar (dores na sola dos pés), esporão de calcâneo (dores nos calcanhares) estiramento do tendão tibial e ligamentos, dores na canela (canelite), torções de tornozelo ou joelho e fraturas por estresse no dedinho.
Sua podóloga especializada fará o diagnóstico de seu tipo de pé e pisada e indicará o uso de palmilhas, órteses e aplicação de knesio, conforme a necessidade. Falarei sobre estes tipos de tratamentos nas próximas colunas. Profissionais como ortopedistas e fisioterapeutas também são importantes para a identificação destes tipos de patologias.
É possível caminhar sem dores.
Beijo!