O divórcio bate à porta
COLUNISTA - Poliana Possatti
Que atire a primeira pedra quem nunca pensou em se divorciar no primeiro ano do nascimento do bebê. A vida conjugal requer cuidados diários, tal qual uma plantinha que precisa ser cuidadosamente aguada todos os dias. Se você colocar água em um dia e deixar o restante da semana sem, ela pode morrer.
Acontece que os cuidados e atenção diária com o parceiro ficam praticamente impossível com a chegada dos filhos. Os novos pais (leia-se mãe) precisam agora se dedicar quase que exclusivamente a chegada do herdeiro.
Se você tem se sentido distante do seu parceiro após a chegada do tão esperado filho, saiba que não está sozinha. Um estudo americano mostra que dois terços dos casais apresentam queda na qualidade da relação nos primeiros três anos de vida e 25% deles acabam se divorciando após 5 anos.
Ficamos felizes após pegar o teste positivo nas mãos e damos início a uma maratona de enxoval, decoração do quarto, chá revelação e planos para a criança, mas nos esquecemos de pensar em como esse filho impactará na relação a dois, abalando as estruturas pelos próximos anos. É normal se sentir sozinha, abandonada e apesar de estar prestando o papel que mais dá potência na sua vida ao mesmo tempo também se sentirá mais impotente do que nunca.
Devemos sim acolher esse filho com muito amor e carinho com direito a tudo que a gente sempre sonhou. Mas também devemos colocar os pés no chão, olhar para o nosso relacionamento e ter o entendimento de que nada mais será como antes. Além de marido e mulher agora serão pai e mãe e toda a dinâmica familiar será alterada. E eu nem quero dar início a um monólogo aqui sobre os impactos hormonal na mulher. Não subestime esse momento tão delicado.
O objetivo nesta fase é desempenhar todos os papéis de forma equilibrada e isso é mais difícil do que se parece. Equilibrar todos os pratinhos da vida não é uma tarefa fácil. Na maioria das vezes a gente não dá conta. Mas quem foi que disse que a gente precisa dar conta de tudo?